O número de leitos em Guarulhos cresceu apenas 3% nos últimos cinco anos. Segundo dados da Secretaria de Saúde, em 2010 a cidade contava com 1.528 leitos; subindo para 1.574 camas no ano passado. Atualmente são disponibilizados 1.583 leitos.
Mesmo apresentando crescimento inexpressivo, a cidade está na contramão do país que no período perdeu quase 24 mil leitos na rede pública de saúde. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2010 o Brasil dispunha de 335,5 mil deles para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Em dezembro do ano passado, o número baixou para 312 mil – uma queda de 13 leitos por dia. As informações foram apuradas pelo CFM junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde.
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, o levantamento mostra, em números, a falta de leitos vivida diariamente por médicos e pacientes nos hospitais brasileiros, o que acaba provocando atrasos no diagnóstico e no início do tratamento, aumentando a taxa de mortalidade. “A insuficiência de leitos para internação ou realização de cirurgias é um dos fatores para o aumento do tempo de permanência nas emergências. São doentes que acabam ‘internados’ nas emergências à espera do devido encaminhamento para um leito adequado, correndo riscos de contrair infecções”, disse.
Dentre as especialidades mais afetadas no período constam psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia geral. Já os leitos destinados à ortopedia e traumatologia foram os únicos que sofreram acréscimo superior a mil leitos. “Na realidade atual, só resta ao usuário do SUS rezar para não adoecer e não precisar de internação hospitalar. Sufocados com o congelamento da tabela SUS, hospitais filantrópicos estão fechando leitos ou cerrando as portas.
Reportagem: Rosana Ibanez
Foto: Ivanildo Porto