Reintegração na favela São Rafael pode acontecer em até 30 dias

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As 250 famílias da favela São Rafael podem sofrer reintegração de posse dentro de 30 dias, segundo Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). A comunidade ocupa uma área de mais de um quilômetro de extensão da empresa elétrica. Aflitos, os moradores fizeram um protesto no Paço Municipal, na manhã desta quarta-feira (22), para tentar conseguir um auxílio moradia da Prefeitura de Guarulhos.

Em abril, representantes da Secretaria de Assistência Social estiveram na comunidade, junto com a Associação de Moradores da Vila São Rafael, para cadastrar as pessoas em programas sociais do governo federal e tentar conseguir uma verba para um possível auxílio-moradia. O processo não foi concluído e os ocupantes ainda não tem para onde ir.

A advogada das famílias, Valéria Lima, disse que na reunião de ontem, realizada na administração municipal, o secretário de Governo, Benedito Aparecido da Silva, o Benê, prometeu que falará com a Secretaria Municipal de Habitação para devidas providências.

Uma das ocupantes, Keila Cristina dos Santos, 27, que vive no local há 25 anos, afirma que não tem família nem amigos para pedir moradia. “Sabemos que não podemos ficar. Mas sair dessa forma, sem nenhum auxílio é impossível. Tenho sete filhos e meus parentes vivem em São Paulo, muito longe daqui. Preciso de ajuda ou ficarei na rua”, ressaltou Keila.

A CTEEP que possui postes de energia por todo o local fará a última etapa da reintegração de posse do terreno. Segundo EDP Bandeirante, outras duas reintegrações já foram realizadas no local. Em nota, a companhia informou que aguarda a expedição do mandado, pelo juízo competente, para definição da data para desocupação, que deve ser cumprida em até um mês.

A reintegração envolve diversos órgãos do governo e a companhia concede às famílias o auxílio de transporte para a mudança do mobiliário, no raio de 50 km. A empresa esclareceu ainda que construções nas áreas de segurança por onde passam as linhas de transmissão de energia elétrica é ilegal e desrespeita norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Reportagem: Letícia Lopes

Foto: Ivanildo Porto

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