O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem da Reunião da Direção Nacional da CUT, realizada no Hotel Mônaco, no Centro. Durante o encontro, foi confirmado o ato contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) no próximo dia 29.
Segundo Lula, as medidas tomadas pelo governo de Michel Temer provocaram problemas enfrentados no passado. “Nós voltamos a ter reajuste salarial abaixo da inflação. Nós voltamos a ver sindicatos fazendo acordos para preservar emprego”, disse.
Alvo do mercado internacional, a camada do pré-sal foi tema da fala do ex-presidente. “Qualquer governante que ache que precisa vender o patrimônio público para superar a crise, não sabe governar. Agora, eles querem entregar o pré-sal. Logo o pré-sal, que é a maior descoberta de reserva de petróleo no século XXI. Vejam, o que os EUA fizeram assim que descobrimos o pré-sal? Eles colocaram em funcionamento a 4º Frota da Marinha no Atlântico. Desde então, eles estão de olho no petróleo e ficaram muito contrariados quando aprovamos a partilha”, ressaltou.
Por fim, Lula lembrou as conquistas da classe trabalhadora durante os governos petistas. “O país elegeu um metalúrgico e uma mulher para a presidência. Nossas medidas começaram a incomodar a parte de cima da sociedade, já que os de baixo subiram um degrau. Nosso recado para as elites é que gostamos do andar de cima e vamos lutar para continuar no andar de cima”, finalizou o ex-presidente.
Ato – A convocatória foi reforçada pelo presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. “O cenário que temos no Senado é diferente do cenário na Câmara. Em abril, a opinião pública apoiava o golpe. Hoje, houve um entendimento de que o golpe aprofundou a crise política e econômica no Brasil. Não vamos nos calar. Iremos tomar as ruas de Brasília dia 29 de agosto, exigindo que os senadores não votem pelo golpe”, afirmou Freitas.