SOS Mata Atlântica aponta que qualidade da água do Tietê em Guarulhos é péssima

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A qualidade da água do rio Tietê em Guarulhos está péssima, de acordo com resultados do último monitoramento do projeto Observando o Tietê, divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica ontem. Em Guarulhos, o ponto monitorado pela SOS Mata Atlântica foi o rio Cabuçu.
Com isso a cidade apresentou queda no nível de qualidade da água já que por dois anos consecutivos foi considerada ruim. Além disso, em 2010, ano de inauguração da primeira Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) no município, o nível em Guarulhos era apontado como regular pela fundação. Seis anos depois e com três ETEs em operação a cidade ainda trata apenas 6% do esgoto produzido no município, despejando o restante no Tietê.

Segundo o levantamento, entre agosto de 2015 e julho de 2016, o trecho considerado “morto” do Tietê teve uma diminuição de 11,5% e recuou para 137 quilômetros. A mancha anaeróbica, na qual o índice de qualidade da água varia entre ruim e péssimo, foi reduzida em 17,7 quilômetros e está atualmente localizada entre os municípios de Itaquaquecetuba e Cabreúva. Dos 302 pontos de coleta de água analisados em toda a extensão do Tietê, entre 2015 e 2016, 30 deles registraram qualidade de água boa, 115 regular, 101 ruim e 56 obtiveram índice péssimo.

“Para enfrentar os desafios trazidos pelas mudanças climáticas, apenas coletar e tratar o esgoto dos rios metropolitanos não vai resolver. Será preciso medidas mais abrangentes, como investimentos em restauração florestal, aperfeiçoamento e mudança na legislação que hoje permite que rios sejam usados apenas para diluir esgoto”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.
Em nota o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) de Guarulhos destacou diversas obras que foram realizadas nos últimos anos na cidade, como a execução de 493,1 quilômetros de redes e 60.166 ligações de esgoto, no período de janeiro de 2001 a abril de 2016. Segundo a autarquia, “o município tem feito a sua parte para contribuir com a despoluição do rio Tietê; mas, vale considerar que quando Guarulhos tratar 100% dos esgotos, o Tietê ficará apenas 4% menos poluído”.

Chuvas provocam ligeira melhora no rio

Os Índices da Qualidade da Água (IQA) aferidos no rio Tietê mostram uma leve tendência de melhoria na qualidade da água em razão das chuvas em São Paulo, que reabasteceram os reservatórios e contribuíram para a recuperação da vazão dos rios, ampliando a capacidade de diluição dos remanescentes de esgoto e poluição.
Em 2014, antes do longo período de estiagem no estado, a mancha de poluição ocupava somente 71 quilômetros, entre os municípios de Guarulhos e Pirapora do Bom Jesus. Em 2015, com a falta de chuvas e diminuição no ritmo de obras de coleta e tratamento de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo, a mancha saltou 54%, chegando a 154,7 quilômetros.
Os resultados do monitoramento realizado nos rios das bacias hidrográficas do Alto e Médio Tietê são obtidos com a análise de 302 pontos de coleta distribuídos em 50 municípios de três regiões hidrográficas (Alto Tietê, Médio Tiete? – Sorocaba e Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e em 94 corpos d’água.

Reportagem: Rosana Ibanez
Foto: Ivanildo Porto

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