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Ex-secretário de Elói Pietá tenta suicídio e é transferido de presídio

ESTELITA HASS CARAZZAI E BELA MEGALE CURITIBA, PR, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Ele foi detido em São Paulo na 35ª fase da Operação Lava Jato , juntamente com o petista, na segunda-feira passada (26). Na sexta (30), o juiz Sergio Moro acatou o pedido da PF para que tanto a prisão de Palocci quanto a de Kontic fossem convertidas em preventivas, ou seja, sem data para terminar.
Kontic é apontado na Lava Jato como um dos responsáveis por intermediar o contato entre o petista e o empresário Marcelo Odebrecht, que também está preso.

Segundo relatos de agentes e advogados, ele se desesperou e tomou medicamentos em quantidade elevada. Os policiais levaram Kontic para o Hospital Santa Cruz, onde ele foi internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e submetido a uma lavagem estomacal.
Na segunda (3), o assessor de Palocci teve alta e foi levado para o CMP (Complexo Médico Penal), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

No mesmo presídio estão outros envolvidos na Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado André Vargas . Palocci, porém, continua na sede da PF, na capital paranaense.
Em ofício a Moro, o delegado Igor Romário de Paula solicitou a transferência do investigado “por motivos médicos”.

No Complexo Médico Penal, Kontic ficaria “sob acompanhamento especializado”, escreveu o delegado, que confirmou a internação do último sábado “para acompanhamento médico e realização de exames”, mas não informou o motivo.
Relatos de investigados na Lava Jato que já estiveram presos tanto na sede da PF quanto no CMP afirmam que rotina no Complexo Penal é melhor, já que em boa parte do dia os detentos podem ficar fora das celas e realizar trabalhos manuais. O mesmo não acontece na sede da PF, onde os presos têm apenas duas horas de sol.

Procurada, a assessoria da PF confirmou que Kontic passou mal após tomar remédios e foi internado no sábado, mas não informou qual era o problema de saúde. A polícia não confirma a hipótese de suicídio.
O advogado do investigado, José Roberto Batochio, disse que ainda “estava procurando se inteirar do assunto” para saber o que de fato ocorreu.
“Mas sei que, em casos de tanta pressão como esse, muitos chegam a fazer delação premiada e outros podem tomar atitudes mais extremadas”, afirmou o defensor. “A diversidade da alma humana produz esse tipo de reações.”

Foto: Folha de São Paulo

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