A nota média do trimestre passado (julho a setembro) foi de 4,26, para um máximo de 5. A nota do trimestre anterior havia sido de 4,16. A mais baixa já registrada foi 3,75 no terceiro trimestre de 2014. Neste trimestre, apenas 1% dos entrevistados avaliou os aeroportos com nota 1 ou 2.
Segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, as notas subiram após um período de finalização de obras em alguns aeroportos usados para os Jogos Olímpicos, o que acompanha uma tendência já observada em outros anos, quando as notas melhoram após o fim das intervenções.
O Galeão (RJ), por exemplo, teve nota 5% maior que a do trimestre passado, quando estava em obras, alcançando 4,16. O mesmo ocorreu com o Santos Dumont, com nota 10% maior (4,4).
A meta do ministério é que todos os aeroportos estejam com notas acima de 4 e apenas dois estão fora dessa meta: Cuiabá (MT), com 3,55, e Salvador (BA), com 3,86, ambos da Infraero.
Segundo Quintella, o aeroporto de Cuiabá entrou num processo de melhoria e teve nota 8% superior à do mês anterior. Já Salvador está com problemas de contratos de terceirizados para conservação e, por isso, ainda se mantêm fora da meta.
O aeroporto mais bem avaliado é o de Curitiba (PR) com 4,68, administrado pela Infraero. Em seguida vem Guarulhos (SP), com 4,46, que é administrado pela GRU Airport.
Segundo a pesquisa, as melhores nota são dadas ao atendimento dado pelos órgãos públicos. Já as piores notas são para os custos do aeroporto e os acessos.
A pesquisa ouviu 13,7 mil pessoas no período e tem margem de erro de 5%. Ela avalia 38 itens além de fazer 15 medições de tempo.
INFRAERO
Quintella informou que o governo já decidiu que vai reduzir a participação da Infraero em alguns dos cinco aeroportos concedidos. A estatal tem 49% de participação acionária em todos eles.
As concessionárias de Guarulhos (SP), Campinas (SP), Brasília (DF), Galeão (RJ) e Confins (MG) pediram neste ano para adiar o pagamento da outorga, espécie de aluguel pago para administrar o aeroporto, alegando crise econômica.
Para pagar esse custo até o fim do ano, as empresas provavelmente terão que colocar recursos dos seus acionistas já que as receitas de alguns dos aeroportos não deverá ser suficiente para cobrir essa despesa. Como a Infraero é sócia, ela tem que entrar com recursos na mesma proporção de sua ações.
Mas o governo está sem dinheiro para isso e avalia que a Infraero não deve entrar com os recursos novos. Com isso, sua participação deve ser diminuída. Segundo Quintella, o governo avalia em quais aeroportos vai fazer isso e em quais poderá até mesmo dar dinheiro para a Infraero manter sua participação.
“Vamos avaliar cada uma de acordo com as condições de mercado”, afirmou o ministro. “Foram mais de 10 milhões de passageiros perdidos. Isso impactou as concessões. Mas setembro foi o primeiro mês que não houve queda e a tendência é que a aviação civil acompanhe esse crescimento”.
O ministro informou ainda que os editais de concessão dos quatro aeroportos que vão ser privatizados (Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre) vão sair até o fim de novembro, com leilão para o primeiro trimestre de 2017.
Segundo ele, houve mudanças de premissas da concessão -como a forma de pagar o ágio do leilão, que será no início da concessão- que necessitam de revisão pela agência reguladora nas regras do edital e, por isso, eles ainda não estão prontos.
DIMMI AMORA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
Foto: Ivanildo Porto