Os moradores do Parque Continental protestaram na manhã desta quarta-feira (25) contra os problemas de moradia relacionados à falta de escritura, urbanização e reintegração de posse. O protesto começou com concentração na Praça Getúlio Vargas. Em seguida, os manifestantes e líderes de movimentos como a Iacon ( Instituto Associativo Continental) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) percorreram a avenida Tiradentes até o Paço Municipal onde foram recebidos pelo prefeito Guti (PSB).
As lideranças do movimento, entretanto, desejavam uma reunião fechada com o prefeito e os secretários, mas a prefeitura alegou que não atenderia um grupo específico, mas todos os moradores. A reunião começou por volta do meio-dia.
Um dos grandes motivos de insatisfação estava relacionado à situação de reintegração de posse que ocorre nos cinco bairros do Continental, além da falta de diálogo com a imobiliária responsável pela área, conforme alegaram. “Nós não conseguimos fazer acordo com a imobiliária e desde 2014 estamos brigando. As pessoas não conseguem as escrituras porque tudo está irregular. A Imobiliária Continental não consegue provar que é dona do terreno, e assim não tem como passar a escritura”, disse uma das líderes da Iacon, Tarsila Pereira.
Segundo os moradores, além da imobiliária vender um terreno irregular, também não havia água e iluminação, assim como contratos malfadados, ou seja, cobranças indevidas por parte da empresa que poderiam dar origem a ações de integração de posse.
“Esta reintegração está deixando sem teto crianças e idosos. Já são mais de 600 processos de reintegração. Temos que negociar com o prefeito numa vara de mediação de conflito para que não ocorra mais esse tipo de situação”, disse Anselmo Pires, um dos líderes do movimento.
O prefeito recebeu os moradores e marcou uma reunião para discutir o problema no dia 13 de fevereiro, às 9h, na Secretaria de Habitação. Já o secretário Valdemar Tenório disse que o título de posse é uma coisa cedida precariamente, que inventaram para fazer política, destacando que o novo governo irá implementar a regularização fundiária.
O HOJE tentou entrar em contato com a Imobiliária Continental, que não atendeu as ligações até o final desta edição.
Reportagem: Ulisses Carvalho
Fotos: Ivanildo Porto