Antes de deixar a administração municipal no final do ano passado, o ex-prefeito Sebastião Almeida, na época no PT, tomou uma decisão que impacta diretamente os guarulhenses. Com o decreto n° 33589, de 4 de agosto de 2016, ele comprou a área de 413 mil metros quadrados onde funciona o aterro sanitário, no Cabuçu, administrado pela empresa Quitaúna Serviços Ltda, por R$ 3,4 milhões.
Com isso a prefeitura assumiu todo passivo ambiental do local, o que inclui o controle de emissão de gases; de condução de chorume, que é o líquido proveniente da matéria orgânica em decomposição nos aterros sanitários que, se não tratado, pode contaminar o solo; além do constante trabalho de movimentação do solo.
Além de assumir a área, a prefeitura, muito em breve, também deverá tomar uma decisão quanto a disposição final dos resíduos. Isso porque o aterro, que entrou em operação na cidade em 2001, tem vida útil até janeiro de 2018, sendo que com a emissão da licença de Implantação da fase 9, que está prestes a sair, a vida útil será acrescida de um ano e meio. Quando esse prazo chegar ao fim, caberá à prefeitura arcar, ainda, com um plano de recuperação do aterro. A informação foi confirmada pelo prefeito Guti. Segundo ele, a prefeitura assumiu um “problemão” com esta decisão tomada por Almeida.
A Quitaúna presta o serviço de coleta de lixo em Guarulhos há 25 anos, com um contrato com a prefeitura que chegará ao fim em 2018, conforme determina um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) do Ministério Público. Somente no ano passado, de acordo com dados do Portal da Transparência do Executivo, a empresa recebeu R$ 80 milhões da administração municipal pelos serviços realizados.
Um aterro sanitário tem o solo impermeabilizado adequadamente, recebe tratamento especializado e monitoramento constantes a fim de evitar, o máximo possível, qualquer tipo de poluição ambiental. Em Guarulhos o local recebe diariamente 1.300 toneladas de resíduos domiciliares.
Reportagem: Rosana Ibanez
Foto: Ivanildo Porto