Guarulhos perdeu no ano passado 13.063 postos de trabalho formais. As demissões se concentraram na indústria de transformação, com -4.638, seguida de serviços (-3.644). No entanto, em comparação com o ano anterior, estes dois setores demitiram menos.
A constatação faz parte do boletim informativo “Quarto trimestre – Emprego em Guarulhos 2016”, elaborado pelo Núcleo de Pesquisa da Agende. Segundo a publicação, a análise fria dos números mostra um resultado altamente preocupante, a intensidade das demissões diminuiu, mas em patamares elevadíssimos e próximos de estágios de convulsão social.
Dentre as atividades que mais demitiram no ano passado, seis delas estão entre os maiores estoques da cidade. A primeira, transporte rodoviário de carga, é a segunda do ranking das atividades com maior força de trabalho. Entretanto, em 2016 foram perdidos 1.775 postos de trabalho.
No ano de 2016, o Brasil perdeu 1.321.994 postos de trabalho. No último trimestre do ano foram perdidas mais de 600 mil vagas, sendo comércio o único setor a fechar período com saldo positivo na criação de empregos, explicado pela sazonalidade e recursos disponibilizados pela 13ª parcela dos salários.
Já o Estado de São Paulo perdeu em 2016 quase 400 mil postos de trabalho. Assim como no país, em números absolutos, serviços foi o setor a mais demitir, com -119.668 postos de trabalho. indústria de transformação aparece em seguida com -115.513.
O levantamento destaca, ainda, a perda de massa salarial em Guarulhos no ano todo de 2016 que foi de R$ 1,4 bilhão. O fenômeno é agravado pela intermitente diminuição dos salários médios e postos com maior intensidade tecnológica.
Cidade figura em 4° lugar no ranking nacional de estoque de empregos na indústria de transformação
Devido a capilaridade da crise que é nacional, afetando outras cidades, Guarulhos mantém o quarto lugar no ranking nacional de estoque de empregos na indústria de transformação. Sua participação no volume de trabalhadores no estado, manteve-se estável oscilou de 3,76% em 2015 para 3,74% em 2016.
Nos últimos dois anos, a indústria de transformação perdeu mais de 16 mil empregos na cidade, deixando de circular mensalmente, massa salarial que irriga os setores de comércio e serviços, justificando a crise nestes setores. Guarulhos deixou de gerar 12,76% dos salários do ano anterior, comparados no mesmo mês, cerca de R$ 43 milhões.