Nos últimos 20 anos, a área da Mata Atlântica existente em Guarulhos não apresentou regeneração. A constatação faz parte do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica divulgado nesta semana pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Na cidade a área de Mata Atlântica é de 31.868 hectares (ha).
O estudo, que monitora a distribuição espacial do bioma, identificou a regeneração de 23.021 ha, ou o equivalente a 230,21 km2, entre 1985 e 2015. Segundo os dados do Atlas, Valparaíso foi o município que apresentou mais áreas regeneradas no período avaliado, num total de 754 ha, seguido da cidade de Castilho (735 ha), Quatá (676 ha), Catanduva (671 ha) e Teodoro Sampaio (601 ha).
O estudo analisa principalmente a regeneração sobre formações florestais que se apresentam em estágio inicial de vegetação nativa, ou áreas utilizadas anteriormente para pastagem e que hoje estão em estágio avançado de regeneração. Tal processo se deve tanto a causas naturais, quanto induzidas por meio do plantio de mudas de árvores nativas.
A Mata Atlântica cobria originalmente 69% da área de São Paulo, ou seja, um pouco mais de 17,07 milhões de hectares. Hoje, restam apenas 2.334.876 milhões de hectares do bioma – 13,7% desse total. De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais, nos últimos 30 anos foram desmatados 183.133 mil hectares de Mata Atlântica no estado. Dos 645 municípios paulistas, 574 têm ocorrência da Mata Atlântica.
O Estado de São Paulo tem seis municípios na lista do 100 que mais desmataram entre 1985 e 2015, de acordo com o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica. A área total desmatada por eles é de 33.719 mil hectares, ou cerca de 337 quilômetros quadrados, o que corresponde ao espaço do Município de Ilhabela. Em contrapartida, desde 2013, São Paulo está na lista dos estados com nível de desmatamento zero (menos de 100 hectares de desflorestamento), com 45 ha na última edição, que avaliou o período de 2014-2015.
Reportagem: Rosana Ibanez
Foto: Ivanildo Porto