Um porteiro de 28 anos morreu de parada cardiorrespiratória e tromobembolia pulmonar neste sábado (1º), durante cirurgia no joelho, após passar 17 dias internado no Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso, em Guarulhos, aguardando pelo procedimento. Rafael Ribeiro do Nascimento lesionou o joelho três semanas antes, durante jogo de futebol com amigos.
Segundo familiares, Nascimento passou 17 dias à espera da placa de titânio para ser colocada no joelho. O procedimento, dizem, foi cancelado três vezes. “Ele era saudável e forte. Foi negligência do hospital. Quando o visitei, ele estava animado para sair domingo [hoje]”, conta o primo e amigo de infância Henrique Didier, 31 anos, estudante de Direito. “Ele era um irmão. Vamos enterrá-lo com a roupa que ele tinha escolhido para sair do hospital, um shorts e bermuda, que era como ele se vestia.”
Outra reclamação da família é a falta de apoio e informação do hospital. “Não avisaram que ele seria operado na sexta-feira. O Rafa que mandou mensagem à mãe antes. Ele morreu sozinho às 15h30, segundo autópsia, e o médico, de outro plantão, só avisou três horas depois. A equipe da cirurgia não estava no hospital”, diz o primo Didier.
Nascimento deixa os pais, dois irmãos e a namorada.
A família registrou um boletim de ocorrência no 4º DP de Guarulhos. Ele foi enterrado neste domingo (2) no cemitério Vila Rio, às 15h45, em meio ao desespero de amigos, parentes e da namorada. A mãe não conseguiu comparecer por estar em choque.
Procurada, a assessoria de imprensa do Hospital Municipal Pimentas-Bonsucesso não respondeu até a conclusão desta edição. A reportagem questionou o motivo da demora em conseguir a placa de titânio, a causa das complicações e sobre a falta de informação à família.
Foto: Ivanildo Porto