Guarulhos se rendeu nesta sexta-feira (28) ao ato promovido pelas centrais sindicais contra a reforma trabalhista e previdenciária proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Representantes de variados sindicatos querem abrir diálogo com o governo federal para discutir as mudanças sugeridas pelo peemedebista, que segundo sindicalistas, favorecem exclusivamente a classe elitista brasileira.
“Isso é fruto da elite dominante que proporciona o capitalismo selvagem. Não podemos permitir a perda de direitos dos trabalhadores. O trabalhador dessa forma não consegue planejar a vida. Para ter emprego é preciso crescimento financeiro e distribuição de renda para que o trabalhador tenha consistência. A unidade das centrais sindicais aqui em Guarulhos mostrou a nossa força”, disse José Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos.
De acordo com os Metalúrgicos, 27 sindicatos participaram do ato, além de contar com a adesão de 25 mil profissionais da metalurgia. Já o Sincoverg (Sindicato dos Condutores de Guarulhos e Região) afirmou que 100% da categoria paralisaram suas atividades. Maurício Brinquinho, vereador e presidente da entidade sindical, entende que com a aprovação, a reforma pode abrir um novo nicho de trabalho.
“Você perde a qualidade dos profissionais. Não adianta a pessoa se preparar para ser metalúrgico se ela não vai ser. A cada período ele pode exercer um tipo de trabalho. Ele não vai ser mais um trabalhador e sim um diarista”, declarou Brinquinho.
Entretanto, o Congresso Nacional aprovou na madrugada da última quinta-feira (27) o texto base da proposta de mudança da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas, criada em 1º de maio de 1943), que tem pontos como fracionamento do período de férias, acordo individuais sem a necessidade da representação sindical, extinção da contribuição sindical, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, redução dos valores das multas rescisórias e a regulamentação do trabalho remoto, conhecido como home office.
“Não tem que votar reforma nenhuma. Não existe reforma. Não dá para discutir pontos da reforma, sendo que ela não tem ponto nenhum de clareza e reforma benéfica para o trabalhador. È preciso que deem ouvidos para a classe trabalhadora”, concluiu Brinquinho.
Reportagem: Antônio Boaventura
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