Guarulhos Hoje

Após aguardar 40 dias, paciente consegue marcar uma cirurgia ortopédica no HMU

O pedreiro Adaélio Santos Silva, de 44 anos, morador da Vila Isabel, fraturou o punho no dia 3 de abril, sendo internado para a realização da cirurgia na mesma data, porém, por falta de material, leito e ausência de médico, segundo o paciente, somente nesta semana, o Hospital Municipal de Urgência (HMU) confirmou a cirurgia para a próxima terça-feira (16), após 40 dias com o punho fraturado.

O acidente ocorreu enquanto Silva brincava com os filhos no Parque Chico Mendes. Ele foi, no primeiro momento, para o Hospital Geral de Guarulhos (HGG), onde foi internado e esperou por 26 dias a cirurgia, o que não ocorreu. “Quando foi marcada, o médico faltou, depois alegaram falta de materiais, e nesse tempo, fui ficando”, disse o pedreiro.

Após a longa espera no HGG, Santos decidiu assinar um termo de responsabilidade para a saída do hospital. “Eu não aguentava ficar mais ali, conversei com o médico, colocamos gesso, e fui para a casa ficar aguardando uma possível ligação do HGG para marcar a cirurgia”, revelou Santos.

Um amigo lhe orientou que procurasse o HMU para que tentasse a cirurgia. Segundo o paciente, ele passou um dia em uma cadeira aguardando leito para a internação, quando novamente percebeu que a mesma situação iria se repetir. “Fiquei um dia sentado em uma cadeira e quando fui conversar com o médico, ele me disse que teria que me mandar para a casa, porque não havia leito. Era isso ou dormir mais dias na mesma cadeira”, afirmou.

Nesta sexta-feira (12), Santos realizou exame de sangue e marcou a operação para esta terça-feira (16), no HMU. O HOJE questionou as secretarias de saúde do município e do estado, porém houve resposta apenas da secretária do estado, esclarecendo que como o Hospital Geral é referência em casos de urgência e emergência em ortopedia, e devido a localização, próximo a rodovia Presidente Dutra e Fernão Dias, recebe elevada demanda de casos desse tipo. “O caso do senhor Adaélio Santos Silva é considerado eletivo, ou seja, não urgente, por não configurar risco iminente. Além disso, o próprio paciente informou a equipe do hospital que não tinha interesse em ser operado e, após reavaliação, a equipe médica optou por tratamento conservador (imobilização com gesso). O paciente concordou com o tratamento, inclusive mediante assinatura de termo. Recebeu alta e foi orientado a retornar à unidade em 5 de maio para acompanhamento ambulatorial; entretanto, não compareceu à consulta”.

Reportagem: Ulisses Carvalho
ulissescarvalho@grupomgcom.com.br

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