A USP (Universidade de São Paulo) vai implementar, pela primeira vez na história, um sistema de cotas para alunos de escola pública, com metas oficiais a serem cumpridas nos próximos anos. A reserva de vagas será escalonada a cada ano e, até 2021, metade dos ingressantes de cada curso e turno terão de vir da escola pública.
A definição de cotas para pretos, pardos e indígenas ficou de fora. Caberá a cada unidade dispor de reserva específica para isso, sem que haja uma meta definida. O curso de medicina é um dos que passará a ter vagas reservadas para negros.
A mudança será analisada pelo Conselho Universitário, instância máxima da universidade, nesta terça-feira (4). A proposta da reitoria já passou em várias outras instâncias, com parecer positivo. A implementação de cotas representa um tabu histórico na USP, principal instituição pública de ensino superior do país. A universidade tem sofrido pressão ao longo do anos para garantir maior inclusão entre seus alunos.
Neste ano, 37% dos ingressantes são oriundos de escolas públicas – percentual que não se repete em cursos tradicionais e concorridos, como medicina e engenharia. Ainda assim, o índice é baixo, considerando que mais de 80% dos alunos de ensino médio de São Paulo estão em unidades públicas.
O reitor Marco Antonio Zago havia prometido que, até 2018, a universidade garantiria 50% dos ingressantes da rede oficial. No entanto, a nova resolução estende o prazo. Para 2018, a meta é alcançar o mesmo percentual já registrado neste ano: 37%. Mas a grande diferença é que o texto prevê que esse nível de inclusão seja alcançado por todas as unidades – não por todos os cursos.A partir de 2019, entretanto, a cota deverá ser alcançada por curso e turno. Essa reserva aumenta a cada ano: 40% em 2019, 45% em 2020 e, finalmente, 50% em 2021.
Crédito: Folhapress
Foto: Marcos Santos