Embora os índices de emprego estejam mostrando sinais de recuperação, os trabalhadores da Grande São Paulo continuam sofrendo com o desemprego em alta. Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que a região fechou, entre janeiro e junho deste ano, 15 vagas por hora, ou 364 postos por dia.
Ao todo, são 66 mil vagas de trabalho encerradas, bem menos do que as 184 mil fechadas no mesmo período de 2016, mas ainda distante de uma recuperação. “O Brasil vem mostrando pequenos sinais de recuperação, mas está longe de ser algo para se comemorar”, diz César Andaku, economista do Dieese.
O desempregado Adilson Demizu, 47 anos, morador da Vila Ema (zona leste), foi uma das vítimas do corte de vagas neste ano. Há três meses, Demizu perde o emprego de 19 anos em um supermercado no centro da capital. “Por causa da crise, houve cortes de funcionários com salários altos”, diz ele, que era gerente. Após a demissão e com o cenário desfavorável, o desempregado planeja abrir o próprio negócio e não ter mais carteira assinada.
Cimar Azevedo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), afirma que o que está havendo é uma mudança de desempregados para o mercado informal. “Há mais pessoas sem carteira assinada e por conta própria, sem garantias trabalhistas previstas na lei”, disse.
Por setor e localidade
Áreas e locais que concentram maior queda de vagas na região metropolitana de SP em 2017
•89 mil vagas foram extintas no comércio e reparação de veículos
•11 mil postos foram encerrados na construção
•54,8% dos desempregados, ou 1,1 milhão de pessoas, moram na capital paulista
•17,4% das pessoas sem emprego na região metropolitana vivem em Guarulhos, Mogi das Cruzes e Suzano, ou 361 mil
•10,4% vivem no ABC paulista, com 216 mil desempregados