Promotoria consegue condenação de detento do PCC que matou preso no CDP de Guarulhos

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O Ministério Público de São Paulo obteve a condenação de Denis Pereira Gonçalves a uma pena de 19 anos de reclusão por ter matado, juntamente com outros nove presos, o também detento Paulo César Liberal Pereira (vulgo Baianinho).

De acordo com o apurado, os integrantes de um dos pavilhões do Centro de Detenção Provisória I de Guarulhos descobriram que havia no meio deles um detento que seria simpatizante de uma facção rival, chamada Comando Democrático da Liberdade. Em função disso, resolveram matar o preso, simulando a ocorrência de um suicídio.

Na data dos fatos, após cinco presos estrangularem a vítima por cerca de 10 minutos com uma corda improvisada, outros cinco detentos alteraram a cena do crime, não só trocando a roupa e limpando a vítima, como também pendurando-o no alto de uma parede, tudo com finalidade de criar a ideia de que o detento havia se matado.

No entanto, as lesões internas e também externas no pescoço da vítima eram incompatíveis com a eliminação da própria vida, sendo então apurado em sindicância do próprio presídio que o crime tinha sido mesmo o de homicídio.

Outro detento que presenciou os fatos e acabou mais tarde delatando o grupo criminoso, precisou ser mantido em presídio federal de segurança máxima em Mato Grosso do Sul para que não fosse eliminado pela facção.

Durante o júri, presidido pela juíza Miriam Keiko Sanches Macedo, todos os pedidos feitos pelo promotor de Justiça Rodrigo Merli Antunes foram atendidos. Assim, Gonçalves foi condenado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, e recurso que dificultou a defesa da vítima). O réu estava foragido desde 2005 e foi capturado em 2015.

Outros oito detentos do mesmo grupo já foram julgados em autos desmembrados, contando com atuação dos promotores de Justiça Tomás Busnardo Ramadan e Omar Mazloum. A pena desses outros réus variou entre 16 e 21 anos de reclusão.

Foto: Ivanildo Porto

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