Menina baleada por colega em escola de GO está paraplégica, diz hospital

Dois adolescentes de 12 e 13 anos morreram e outros quatro ficaram feridos após um estudante de 14 anos abrir fogo dentro do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia. As vítimas faleceram na hora, dentro da escola. Segundo a Polícia Científica, os mortos são João Pedro Calembo e João Vitor Gomes. Os feridos são dois menores de 14 anos e dois de 13 anos que foram levados para o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) e para o Hospital dos Acidentados.
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Uma estudante de 14 anos, ferida pelo adolescente que abriu fogo contra colegas de sala de aula, perdeu o movimento das pernas e está paraplégica, confirma boletim médico divulgado na manhã desta quarta-feira (25) pelo Hospital de Urgências de Goiânia, onde ela está internada na UTI desde a última sexta-feira (20), dia da tragédia.

A mãe da adolescente já havia adiantado sobre o risco de a filha ficar paraplégica, em entrevista à Folha de S.Paulo no domingo (22). Na ocasião, ela contou que a garota levou três tiros e um deles atingiu a medula espinhal. O estudante que assumiu a autoria dos disparos e foi apreendido em flagrante matou a tiros dois colegas de sala de aula e feriu outros quatro na escola particular Goyases, localizada na zona leste da capital.

Apesar de o estado de saúde da adolescente ter evoluído positivamente, passando de grave para regular, ela continua recebendo cuidados intensivos e ainda não tem previsão de receber alta médica.”Paciente orientada, consciente, com respiração espontânea e segue internada em uma UTI humanizada do Hugo [Hospital de Urgências de Goiânia]”, informou o boletim médico.
“A adolescente apresenta uma lesão na medula espinhal, no nível da 10ª vértebra da coluna torácica, que comprometeu os movimentos dos membros inferiores de forma definitiva. A paraplegia já havia sido diagnosticada no dia de sua admissão, mas não informada até então a pedido de familiares”, divulgou o hospital.

Durante um culto ecumênico realizado nesta terça (24) em frente à escola, a mãe da menina disse, para todos os presentes, que acredita na reversão do caso da menina. “Eu acredito que Deus vai recuperar a medula da minha filha”, afirmou. “Eu sei que a minha dor não é maior que a das mães que perderam o filho, mas ela não é diferente porque é minha filha, meu bem precioso”.

Nesta segunda, o pai do adolescente autor dos disparos, um major da PM com mais de 25 anos na corporação, abriu o portão de sua casa e disse à Folha que “todos estão abalados e que tudo foi uma fatalidade”. Ele disse ainda que a mulher dele está se recuperando. Ela, uma sargento da PM, estava responsável pela arma usada pelo filho que pertence à corporação.

OUTROS FERIDOS

Também continua internada no Hugo outra adolescente que foi ferida pelo atirador. Sem previsão de receber alta médica, ela completou 14 anos nesta terça na enfermaria da unidade de saúde. Segundo o hospital, a paciente também está consciente e com respiração espontânea.

Outra estudante ferida está internada no Hospital dos Acidentados. A garota também tem 14 anos e terá de fazer cirurgia para reconstrução de ossos e tendões. A mãe dela leu nesta terça uma carta de sua autoria no hospital. “Peço a Deus que ilumine o coração desse jovem que dilacerou tantas famílias. Que lhe conceda o arrependimento verdadeiro para que ele seja capaz de dimensionar o estrago que sua insensatez causou na vida da ‘família Goyases'”, disse ela, em um dos trechos.

Na segunda, um adolescente de 13 anos recebeu alta do Hospital de Urgências de Goiânia e disse que não sabe se voltará a estudar na escola. Ele ficou com um projétil de bala alojado em uma das vértebras, o que, segundo os médicos, não provocará problemas para ele futuramente. Haveria risco de mais lesão se fosse submetido a uma cirurgia para retirada do projétil.
O adolescente autor dos disparos foi encaminhado, na segunda-feira, para um centro de internação em Goiás, cujo endereço é mantido em sigilo pela polícia e pela Justiça para garantir a sua integridade física.

Inicialmente, conforme determinou a Justiça de forma provisória, ele deverá ficar internado por 45 dias. No entanto, ao final do processo, poderá receber punição para cumprir até três anos de internação como medida socioeducativa, conforme estabelece o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

(Folhapress)

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