A autônoma Mariana de Salles Ferreira decidiu levar a filha de apenas três anos que estava com febre para o Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA), porém, alega que chegou ao local às 15h30 e somente às 16h45 foi realizar o cadastro, sendo chamada para passar na triagem somente às 19h, e ao médico, às 22h.
“O hospital não tinha nem cadeira para sentar, e muitos pais estavam sentados no chão com a criança, sem um lugar adequado”, afirmou a mãe da criança, alegando que quando passou pelo médico foi atendida apenas por cinco minutos, onde o doutor teria solicitado apenas um medicamento, enquanto a criança estaria com dor de barriga e dores de garganta.
Após retornar para a casa, a filha de Mariana não melhorou e continuou passando mal, e dessa vez, segundo a mãe, estava vomitando sangue, e retornou ao hospital, porém, na triagem, pediram para a criança aguardar. “Após essa situação, cheguei a ir no segurança e questionei onde seria a ouvidoria, mas ele respondeu que durante a noite não funciona”, afirmou a mãe.
Após coletar o exame de sangue da criança por volta das 1h30, mãe e filha tiveram que aguardar até às 6h15, quando uma médica teria avisado que o quadro da criança era de uma pequena infecção, e que o medicamento seria amoxicilina. A mãe questionou sobre a realização de um exame ultrassom na barriga da menina, porém, a médica teria informado que como era feriado, não havia médico.
Insatisfeita com a situação, Mariana encaminhou a filha para o Hospital São Luiz, no bairro do Jaçanã, em São Paulo, onde exames detectaram que a criança estava com as plaquetas baixas, podendo ser Hepatite A, o que faz a garota retornar para avaliação médica toda terça-feira.
O HOJE entrou em contato com Instituto Gerir, responsável pela administração do hospital, que alegou que o processo de triagem classificou a criança sem processo de risco. “A ficha da paciente foi aberta às 16h46 do dia 13 de novembro. Processo de triagem classificou a criança sem processo de risco, às 17h10. Tempo de espera para consulta de 1h50. Alta recebida às 3h43 do dia 14. Quanto à reclamação de barulho de choro, esclarecemos que isso é normal em um hospital pediátrico. Também é da escolha do paciente a migração para outro hospital”.
Reportagem: Ulisses Carvalho
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Foto: Ivanildo Porto