Os integrantes do Movimento Popular pela Saúde alegam falta de 50% nos insumos de saúde no almoxarifado da prefeitura. Entre os itens, estariam medicamentos, materiais hospitalares, como luvas, gases, parte odontológica e até fraldas. Além desse problema, o grupo alega também que na farmácia das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a estimativa é de um déficit de 80% nos medicamentos.
O grupo realizou uma visita ao almoxarifado da administração municipal para acompanhar o problema envolvendo os materiais da saúde. “A situação da falta de medicamentos é grave no município, e além deste problema, nós temos também, a dívida da prefeitura com os laboratórios”, afirmou a integrante do movimento, Rosália dos Santos Lima, 49.
Diante desse quadro, o movimento convocou uma manifestação para o dia 20 deste mês, com concentração na Praça Getúlio Vargas, às 14h30, com objetivo de realizar uma passeata pela cidade, além de entrar com um pedido de intervenção na área da saúde no Ministério Público Federal e Estadual.
“Muitos convênios na saúde, a prefeitura fez acordo e não realizou o pagamento. Outro problema também é a questão da licitação para os medicamentos, onde a demora chega até a um ano”, revelou Rosália. O movimento já se reuniu com o prefeito Guti (PSB), durante o mês de outubro do ano passado, reivindicando uma melhoria na saúde.
Entre os itens em falta, estariam de acordo com o grupo, analgésicos diversificados, anti-inflamatórios, antibióticos e até Plasil, medicamento utilizado para problemas com o sistema digestivo, como enjoos e vômitos. “ A falta desses medicamentos é uma violência contra a vida”, observou um integrante do grupo que preferiu não se identificar.
Secretaria da Saúde reconhece problemas no abastecimento, mas aponta déficit de 40%
Em reposta ao HOJE, a Secretaria da Saúde reconheceu os problemas com os materiais médico-hospitalares, gêneros alimentícios e medicamentos. “Dos 1.970 itens para utilização das unidades e distribuição pelos programas, 796 itens estão com problemas no abastecimento, o que corresponde a uma média de 40% de déficit”.
Entre as outras dificuldades apontadas pela secretaria que o município enfrenta, está a manutenção dos estoques, vinculados a fatores como limitação orçamentária, escassez de matéria-prima no mercado; morosidade em uma ou mais etapas do processo de compras. “Para minimizar o problema, a Secretaria de Saúde está adotando parcerias com outros municípios e instituições de saúde para a realização de trocas de itens por equivalência financeira e/ou empréstimos com posterior devolução. Ocorre que a grande maioria destes serviços tem enfrentado, igualmente, tais dificuldades o que impossibilita, muitas vezes, o êxito nas negociações. Paralelamente, a Secretaria da Saúde tem se articulado veementemente com a Secretaria da Fazenda, onde ocorrem diversas etapas da compra, dentre elas, as licitações, no intuito de trazer agilidade às compras e minimizar os prejuízos impostos por este cenário”, afirmou em nota a Saúde.
Reportagem: Ulisses Carvalho
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