Abandono de animais aumenta no período das férias

A cadela vira-lata Lindinha (à direita), passeia em rua de Curitiba (PR). (Curitiba (PR). 29.09.2006. Foto de Renato Stockler/Folhapress)
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“Um carro preto passou aqui na rua e abandonou essa coisinha pequena”, diz um internauta em busca de ajuda pra um cão abandonado. “Simplesmente abriu a porta do carro, botou o cachorrinho para fora e foi embora”, afirma outro. “Abandonaram esse lindo cachorro. É dócil e parece estar bem fraquinho e triste. Uma pessoa diz que viu quando um infeliz parou o carro e o abandonou.”
Os relatos, publicados em rede social, são de diferentes cidades e mostram uma rotina no país: o abandono de animais é frequente. E esse quadro aumenta na época das festas de fim de ano e de férias escolares.

Abandonos acontecem diariamente, e não só no Brasil. Abrigos vivem lotados em muitas cidades do mundo. Por aqui, além dos abandonados nas ruas, há casos de animais deixados para trás em imóveis fechados e que acabam fugindo. Também há aqueles que se assustam com barulhos, especialmente fogos de artifício, e escapam — e nunca são procurados pelos tutores.
Em 2016, a World Animal Protection Brasil afirmou que ONGs situadas nas metrópoles denunciam aumento de até 1.000% nas ocorrências de animais abandonados durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Não há estimativas oficiais no Brasil, mas, conforme dados divulgados em 2014 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são 30 milhões de cães e gatos nas ruas do país.

Um total de 195 animais, sendo 122 cães e 73 gatos, foi adotado no ano passado através das feiras promovidas pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Guarulhos. As feiras são realizadas mensalmente e são disponibilizados animais machos e fêmeas, adultos e filhotes, sendo alguns de raça. Todos os animais colocados para adoção no CCZ são castrados, vacinados, medicados contra vermes e microchipados.
Abandono e maus-tratos são crimes previstos em lei, mas poucos casos são denunciados e se tornam processo. Além disso, há dificuldade em identificar o tutor.

Foto: Renato Stockler

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