Autor da denúncia e presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigará suposta extorsão contra o vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede), o vereador Marcelo Seminaldo (PT) garantiu nesta terça-feira (27) que os trabalhos da comissão não correm qualquer risco de serem interrompidos ou cancelados antes do prazo legal de até 120 dias. E informou que não aceitará nenhum tipo de interferência. A instalação da CEI deverá ocorrer na sessão desta quinta-feira (1º).
“As informações dão conta é que, após o encerramento dos trabalhos da comissão, Zeitune iria processar os vereadores. A gente sabe que o vereador ele é inviolável em sua atividade parlamentar. Então, esse é o nosso posicionamento com o amparo da lei. Queremos que tudo corra na maior normalidade possível”, observou.
Seminaldo disse que a comissão terá o objetivo apurar os fatos em que supostamente o vice-prefeito esteja envolvido. Ele também espera que os trabalhos possam transcorrer de forma democrática. “O intuito da CEI não é condenar ninguém. É simplesmente apurar os fatos. Torço para que tudo funcione até o final dos trabalhos”, disse.
Seminaldo enfatizou que Zeitune terá direito a defesa sem que haja qualquer impedimento. “É legítimo e estamos em uma democracia. O vie-prefeito terá direito à ampla defesa e acesso ao processo legal. Não haverá qualquer cerceamento neste sentido”.
Ao HOJE, Zeitune disse que tentou ter acesso às denúncias, por meio de áudios. que deram origem a instalação da CEI, mas ainda não conseguiu e informou que somente irá se pronunciar após avaliação dos áudios. “Fiz uma notificação ao presidente da Casa (vereador Eduardo Soltur-PSD) e não consegui acesso a nada até agora”, lamentou.
Denúncia envolve até o nome de Marina Silva
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi aberta na Câmara Municipal na quinta-feira (22), por decisão unânime dos 33 vereadores que estavam no plenário. Segundo a denúncia apresentada pelo vereador Marcelo Seminaldo (PT), um pen drive foi enviado de forma anônima ao seu escritório político com fragmentos de áudio.
Nas gravações, uma voz que seria do vice-prefeito Alexandre Zeitune, exigia R$ 12 milhões a um empresário, segundo a denúncia apresentada pelo petista. Do valor, R$ 7 milhões seriam para sua campanha ao governo do estado de São Paulo e R$ 5 milhões para a campanha da presidenciável Marina Silva, presidente nacional da Rede.
Naquele mesmo dia, a Rede Sustentabilidade enviou nota à imprensa informando que Zeitune estaria sendo vítima de perseguição política.
Antônio Boaventura
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Foto: Ivanildo Porto