Antes suspensa, a Comissão Especial de Inquérito (CEI), que analisa a denúncia de suposta extorsão cometida pelo vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede) a um empresário, que ainda não foi identificado, voltou aos trabalhos nesta terça (13) e decidiu por convocar o empresário Marco Antônio Ferreira, identificado no diálogo dos áudios entregues à Câmara Municipal, como sendo o suposto “operador” do processo que tinha como propósito angariar a doação de R$ 12 milhões para as campanhas de Zeitune, ao governo do estado de São Paulo, e da presidenciável Marina Silva, presidente nacional da Rede, segundo informações do vereador Marcelo Seminaldo (PT), presidente da CEI.
A aprovação do depoimento de Ferreira contou com o apoio de oito dos 11 vereadores que integram a comissão. Não votaram esta sugestão os vereadores Geraldo Celestino (PSDB), Luís da Sede (PRTB) e Romildo Santos (DEM). O colegiado também divergiu sobre a possibilidade de convocar os protagonistas antes do resultado do laudo da perícia contratada pela Câmara para identificar os participantes daquela conversa.
“A perícia precisa dizer e fazer a confirmação das vozes. E se não houver corte nos fragmentos, a gente tem uma narrativa e temos que trazer as pessoas para falar em que contexto foi dito aquilo”, observou Seminaldo.
Contrariado, Celestino entende que a convocação deve ser realizada após a identificação dos personagens do diálogo. “Defendo a convocação após resultado da perícia. Essa é uma preocupação jurídica. Presidente, tome cuidado para não tornar nulo os nossos trabalhos”, alertou o tucano.
Apesar da contestação do representante do PSDB e vice-líder do governo no Legislativo, a comissão confirmou a convocação do “operador” Marco Antônio Ferreira para prestar esclarecimentos sobre o episódio na reunião da próxima terça-feira (20).
Antônio Boaventura
antonio.boaventura@guarulhoshoje.com.br