Antônio Boaventura
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Além dos acirrados debates entre apoiadores dos presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) nas plataformas de comunicação da rede social, a praça Presidente Getúlio Vargas, na região central de Guarulhos, virou também local desta disputa. Cartazes contra o postulante do PSL foram afixados em vários postes daquela via municipal.
Acompanhados da hastag #EleNão, os cartazes apontavam possíveis ações ou medidas impopulares a serem postas em práticas no caso de eleição de Bolsnaro para ocupar o cargo de presidente da República, como o fim do 13º salário e o período de férias, benefícios previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
“Esta eleição está muito complicada. É muita informação e algumas delas duvidosas. Eu ainda não sei em quem votar, mas posso dizer que essa onda de agressões e violência não está legal. O voto é livre e cada cidadão tem o direito de escolher aquele que tem a melhor proposta. E isso não está acontecendo”, disse Sandra Campos, 28 anos.
Os informativos também ressaltam o possível pré-conceito daquele candidato com mulheres, negros, nordestinos e homossexuais, além de pedir para que os eleitores votem no representante do PT nesta disputa. “Bolsonaro vai acabar com o 13º e férias. Não duvide. Vote 13. Bolsonaro odeia mulheres, negros, nordestinos, LGBTS… #EleNão. Mais escolas e menos armas. Vote em professor e não em agressor”.
Também foi possível encontrar um cartaz em homenagem à ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), assinada em meados de março deste ano. “#MareilleVive”. No início deste mês, Daniel Silveira (PSL), eleito deputado federal, e Rodrigo Amorim (PSL), que foi eleito deputado estadual com mais de 140 mil, destruíram uma placa da via que leva o nome da ex-parlamentar. Eleitores guarulhenses condenaram o ato.
“A homenagem foi bacana por que demonstrou respeito à causa por ela defendida no Rio [de Janeiro]. Mas, não concordo e nem aprovo o que aqueles dois homens fizeram com a homenagem prestada a Marielle. Não podemos viver em um cenário dominado pela violência”, falou o comerciante Jaques Teodoro, 55 anos.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que não se pronuncia sobre casos concretos até que eles sejam, efetivamente, objeto de análise e eventual decisão da Corte. O TSE também ressaltou que editou a Resolução nº 23.551 que dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas lícitas em campanha eleitoral nas eleições. Procurada, a prefeitura optou por não se pronunciar sobre o assunto.
Foto: Ivanildo Porto