Antônio Boaventura
A greve geral convocada pelas centrais sindicais contra o projeto de reforma da Previdência do governo federal e os cortes para investimento na Educação deixou Guarulhos nesta sexta-feira (14) com clima de feriado, principalmente em função da adesão de 100% dos trabalhadores do transporte público ao movimento.
A paralisação atingiu parte do transporte público, deixando os terminais de ônibus praticamente desertos; alguns passageiros utilizaram o sistema alternativo de transporte.
“Este é realmente um dia atípico não somente pra mim, mas para muitos cidadãos que dependem do transporte público. Não tendo opção, vou ter que recorrer ao Uber para chegar ao meu destino”, disse Ednéia Travassos, assistente comercial, 32 anos, que seguia para o bairro do Tucuruvi, na zona norte da capital.
A manifestação nesta sexta, que atingiu várias cidades brasileiras, também teve reflexos no comércio. “A situação é diferente de outros dias. Por mais que a economia não esteja legal e tenha, por isso, reduzido o movimento na loja, o fluxo de clientes está muito ruim. Não se vê muitas pessoas na rua e nem ônibus”, lamentou o atendente Roger Caldas, 32 anos.
O transporte metropolitano na região de Guarulhos também foi afetado. No meio da tarde, das 119 linhas operadas pelo Consórcio Internorte, 91 continuavam paralisadas. Do total de 244 mil passageiros que utilizam as linhas intermunicipais diariamente naquela área, 198 mil foram afetados.
Houve protestos na rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, em Cumbica. A primeira ocorrência na rodovia foi logo no inicio da manhã, quando manifestantes atearam fogo em pneus, porém, a via logo foi liberada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O segundo protesto começou por volta das 8h30, com a interdição em parte de uma faixa por movimentos sociais e sindicais. Também foram registradas manifestações próximo ao Trevo de Bonsucesso e uma caminhada das centrais sindicais na rua Capitão Gabriel e finalizando o percurso no calçadão da rua Dom Pedro II, na região central, às 17h50.
Coleta de lixo é afetada e ausência de professores da rede estadual foi de 8,9%
A coleta de lixo foi outro serviço afetado com o movimento desta sexta-feira (14), uma vez que o sindicato da categoria impediu a saída dos caminhões das garagens. Com isso a prefeitura pediu para a população e para não colocar o lixo na rua para a coleta.
Em nota, a gestão Guti informou que “o serviço de limpeza de áreas de feiras foi realizado normalmente” e que “em relação ao transporte público, o serviço será normalizado somente neste sábado (15), ficando a operação nesta sexta-feira (14) restrita à operação dos permissionários (micro-ônibus), atendendo cerca de 40% dos usuários do transporte público, em plano de contingência coordenado e executado pela prefeitura”.
Já a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo orientou que todas as escolas estaduais permanecessem abertas. Na parte da manhã as escolas registraram 8,9% de ausências de professores.
Foto: Ivanildo Porto