Antônio Boaventura
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Laudo assinado pelo engenheiro Ronaldo Silva, em maio de 2017, aponta comprometimento de parte da estrutura do Viaduto Cidade de Guarulhos, localizado na região central. O engenheiro da Secretaria de Obras foi contundente em sua avaliação ao afirmar que a mesma pode desmoronar a qualquer instante por conta da ruptura existente na torre de sustentação da estrutura.
Na vistoria realizada, Silva detalhou que a mesma pode causar sérios transtornos pela fragilidade provocada em função de parte da estrutura estar solta. A mesma poderá se desvencilhar com a ação de fenômenos naturais como chuva, vento, calor ou frio. O HOJE obteve a informação de que uma fita metálica estaria evitando maiores problemas.
Contudo, o documento que a reportagem teve acesso aponta como causa principal do problema a descarga elétrica provocada por raios, além do roubo de cabos de cobre que faziam o aterramento na base do viaduto. O caso foi tratado na época como de “extrema urgência”.
“Em vistoria realizada no topo do Viaduto Cidade de Guarulhos foi constatado que parte da estrutura apresenta ruptura no concreto podendo se desprender em função de esforços acidentais (ventos, chuvas, calor, frio, entre outros). Na vistoria foi constatado que parte colapsada encontra-se presa por fita metálica concretada ao cabo de para-raios”, diz o laudo.
Obra custou aos cofres da prefeitura mais de R$ 60 mi
Com exatos 26 meses desta constatação, e ao ser questionado pelo HOJE, o governo municipal, solicitou prazo maior para se pronunciar em relação ao caso. No entanto, no site da administração pública consta a contratação de uma empresa para a realização do reparo no viaduto com data do dia seguinte da apresentação do laudo atestado por Silva.
A construção do viaduto foi licitada em 2006 por quase R$ 32 milhões durante o governo do ex-prefeito Elói Pietá (PT). A empreiteira Camargo Corrêa, envolvida na Operação Lava Jato, foi a vencedora.
Com aditivos inclusos nos dois anos seguintes, este valor passou a ser de R$ 42 milhões. Com a desistência da empresa vencedora do certame, a Proguaru assumiu os trabalhos até que a municipalidade pudesse contratar a JZ Engenharia para concluir a obra, que teve o valor total de aproximadamente R$ 62 milhões.
Foto: Ivanildo Porto