Reportagem: Ulisses Carvalho
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Funcionários do Hospital e Maternidade Jesus, José e Maria (JJM), localizado na avenida Doutor Renato de Andrade Maia, n° 1337, no bairro do Parque Renato Maia, alegam que a unidade não tem dinheiro suficiente para manter a maternidade funcionando, e caso esse problema financeiro persista, o hospital poderia fechar até o final do mês que vem. Somente de verba pública, o JJM recebe R$ 55 milhões, sendo da prefeitura, R$ 30 milhões, que informou estar em dia com os pagamentos.
O restante do dinheiro, R$ 21,6 milhões é custeado pela tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), vinculado ao Ministério da Saúde, além de outra verba de R$ 4,2 milhões que a administração municipal repassa a mais para custear materiais e também salários de servidores.
“Não iremos permitir que esse hospital seja fechado. Eu garanto isso a vocês”, afirmou o prefeito Guti (PSB), durante pronunciamento realizado em um vídeo publicado nas redes sociais. Sobre a carta que circulou pela internet solicitando ajuda da população de Guarulhos para participar de uma manifestação na segunda-feira (25), com a finalidade de cobrar a verba para que o hospital continue funcionando, Guti afirmou que como ninguém assinou essa carta, não consegue garantir a autenticidade dela.
Em entrevista telefônica ao HOJE, a assistente de diretoria executiva do JJM, Rosa Helena Pellegrino, 65, confirmou a reportagem que essa carta é verídica e que a direção do hospital não obteve êxito em negociações com a prefeitura. “Mandamos um ofício solicitando uma verba de R$ 3,2 milhões para a prefeitura, para custear o 13° salário dos funcionários e pagar os fornecedores de insumos. Caso a gente não consiga, corremos o risco de fechar o hospital até o final de dezembro”, destacou a também líder do movimento dos funcionários.
“Se por acaso a gestão não conseguir fechar as contas, a prefeitura está preparada para fazer a gestão do hospital de maneira direta ou indireta”, destacou Guti, alegando que sob sua gestão, o repasse ao JJM aumentou 67%, informando que na gestão anterior, no ano de 2016, a administração municipal repassava R$ 18 milhões.
De acordo com Rosa, o JJM atualmente tem 600 funcionários e tem uma média mensal de 580 partos por mês. “A verba do convênio SUS cobre apenas 40% do total que possamos atender. Já são três anos que não temos reajuste na subvenção social da prefeitura”, destacou. O hospital não é público, é de uma instituição beneficente e de acordo com Guti, é responsável por 48% dos partos da cidade.
Câmara irá investigar contrato do JJM
A Câmara Municipal de Vereadores da cidade abriu uma Comissão Especial de Estudos (CEE), através do vereador Romildo Santos (DEM), para investigar o contrato do JJM, com o objetivo de apurar quais são os principais motivos da maternidade estar passando por esse problema, além de apurar se a subvenção social da prefeitura está sendo paga em dia.
Atualmente o hospital trabalha acima da capacidade, com 110% de atendimento, e outro ponto que deve ser questionado pela CEE de acordo com o documento que a reportagem teve acesso, é o levantamento da quantidade de funcionários e também da folha de pagamento da unidade. “Sugeri que os vereadores façam auditoria do que entrou e saiu do hospital”, destacou Guti.