A Polícia Civil abriu investigação sobre um boato espalhado no Whastapp
de que seria decretado “toque de recolher” no Estado de São Paulo por
causa da pandemia da covid-19. O inquérito foi instaurado após o advogado
Fernando José da Costa, em nome do governador de São Paulo, João Doria (PSDB),
ter apresentado notícia crime sobre mensagem de áudio divulgada por uma mulher
chamada Victoria Thomaz. Segundo a portaria da Polícia Civil, ela afirmou
trabalhar com o Governador do Estado e compartilhou fotografia ao seu lado ao
divulgar ‘notícia falsa’ sobre o cenário atual da doença causada pelo novo
coronavírus.
A investigação foi instaurada no mesmo dia em que a notícia crime foi
apresentada, na última quinta, 19. Segundo o documento de Costa, a
“notícia falsa” espalhada “denota a prática de infração
contravencional” – “provocar alarma, anunciando desastre ou perigo
inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou
tumulto”.
“Valendo-se de uma situação de pandemia ocasionada pela propagação da
moléstia Covid-19, a sra Victória propagou mensagem de voz com dizeres
inverídicos, mentindo obre a quantidade de casos confirmados e dizendo que o
governador, ora peticionário, iria decretar ‘toque de recolher’ na próxima
segunda-feira”, diz o advogado.
Costa aponta ainda que a mensagem inicial foi desmentida em vídeo pela mesma
moça que teria espalhado o boato. No entanto, para ele, a retificação
“apenas demonstra o dolo consistente em propagar tal mensagem e a
confirmação de que o “perigo” anunciado seria inexistente”.
O Brasil contabiliza 48 mortes em decorrência do novo coronavírus e 2.201 casos
confirmados da covid-19 em todas as unidades federativas. O Estado de São Paulo
concentra o número de infectados (810) e de mortos (40), de acordo com o
boletim mais recente do Ministério da Saúde.
Esta terça, 24, foi o primeiro dia da quarentena no Estado decretada pelo
governador João Doria para conter o avanço do novo coronavírus. A medida terá
duração de 15 dias, com duração até 7 de abril, mas pode ser prorrogada. Ela é
válida em todos os 645 municípios paulistas.
A determinação estabeleceu o fechamento do comércio e serviços não essenciais,
incluindo bares, restaurantes e cafés, que funcionam apenas com serviços de
delivery.
Ficaram mantidas as atividades dos seguintes setores: hospitais, clínicas,
farmácias, clínicas odontológicas, supermercados, hipermercados, mercados,
padarias (mas não poderão servir alimentos no local), açougues, empresas de
call center e telemarketing, postos de combustíveis, bancas de jornais, pet
shops, clínicas veterinárias, empresas de transporte, táxis, serviços de
transporte por aplicativo, construção civil, serviços de segurança, bancos,
lotéricas, empresas de limpeza e manutenção e todas as indústrias.
Após denúncia de Doria, polícia investiga ‘fake news’ sobre toque de recolher em SP
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