Antônio Boaventura
O Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil recuperou no sábado (11), 15 mil testes para Covid-19, 3 milhões de máscaras, luvas cirúrgicas, equipamentos de proteção individual para médicos e enfermeiros e álcool em gel, que foram roubados no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, em Cumbica, na segunda-feira (06). Os materiais estavam armazenados em um depósito no bairro do Ipiranga, zona sul da capital paulista.
“Nós estamos trabalhando neste caso faz dois dias [8, 9 e 10 de abril]. Teve um furto de 15 mil testes [para Coronavírus] no Aeroporto Internacional de Guarulhos. É uma mercadoria extremamente cara e o doutor [Luís Alberto] Guerra se passou por comprador dessa mercadoria e ficou de trazer R$ 3 milhões no depósito [que fica no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo (SP)] na condição de comprador para recuperar essa mercadoria”, declarou Osvaldo Nico, diretor do Dope.
De acordo com informações obtidas pelo HOJE, o local onde foram encontrados os produtos pertencia ao chinês Marcos Zeng [Zeng Xiao Tu – nome chinês], que se apresentava como representante da Câmara do Comércio da cidade de Shangai (CHN), município com população aproximada de 24 milhões de habitantes. Além dele, foram detidos outros 14 chineses que estavam no local.
“Muita gente precisa desses testes, além de muitos que estão morrendo. É o melhor teste que existe e com um preço absurdo. Nós estamos, aqui, na sala do diretor, que guardou os testes em sua sala. Com muito orgulho e emocionado falo, a Polícia Civil está dando uma resposta grande a este pessoal. O cara é tão grande, que parece ser representante da Câmara Brasil – China. E pode ser quem for vai para acadeia”, explicou Nico.
Diante da necessidade de equipamentos de proteção individual para utilização no combate ao Covid-19, o diretor daquele departamento da Polícia Civil revelou que deve solicitar ao Governo do Estado de São Paulo a requisição imediata daqueles produtos recuperados. Além da apreensão dos itens, os policiais envolvidos naquela operação encontraram armas de fogo com alto calibre naquele local.
“Vamos pedir para que o Governo do Estado de São Paulo possa requisitar os materiais para serem utilizados. Eu gostaria de levar esse material para o local indicado pelo Governo o quanto antes. Nós vamos levar isso para quem precisa. O lote dos produtos bate com o lote daqueles que foram roubados na segunda-feira (06), no Aeroporto de Guarulhos (SP)”, disse.
Em contrapartida, Marcelo Viana, representante da Câmara do Comércio Brasil-China, afirmou que apenas a entidade administrada pelo chinês Charles Tang possui o reconhecimento oficial do governo da China. Viana também revelou que Zeng não tem autorização para responder em nome da Câmara de Comércio chinesa no Brasil, além de elogiar o trabalho da Polícia Civil neste caso específico. “Essa pessoa não está vinculada a nossa instituição. A nossa Câmara existe há 34 anos e o nosso presidente é o Charles Tang. Ele têm feito um trabalho sério no mercado nacional e internacional. Essa pessoa não conhecemos e peço que não coloque a nossa instituição vinculada com coisas erradas, até por que a nossa instituição é séria. Agradeço à Polícia [Civil] que têm feito um bom trabalho”, encerrou.