Para
afastar os turistas durante o feriadão na capital, prefeituras estão fechando
as mais belas praias do litoral norte de São Paulo com cercas e tapumes.
Viaturas das guardas municipais permanecem na faixa de areia para abordar
turistas desavisados.
Em todas as cidades, quem chega de fora é abordado em
barreiras sanitárias que funcionam 24 horas por dia. Cidades da região têm os
mais altos índices de isolamento social e temem perder os esforços realizados
até agora para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Em São Sebastião, a prefeitura usou um trator de esteira para
erguer barreiras nos acessos às praias mais procuradas pelos turistas.
Os acessos mais amplos foram fechados com cercas e tapumes.
As ações abrangem as praias de Maresias, Juqueí, Paúba, Camburi, Camburizinho,
Guaecá e Barra do Sahy. A cidade tem 320 casos e duas mortes pelo coronavírus.
As barreiras nos acessos à cidade serão mantidos até segunda-feira, 25. A
prefeitura de Bertioga instalou faixas nas praias com advertências aos veranistas.
Em Ubatuba, com 43 casos e um óbito, a prefeitura mobilizou
200 funcionários e voluntários para manter isoladas as 28 praias. Viaturas da
Guarda Municipal circulam pelas faixas de areia. As duas entradas principais da
cidade estão com barreiras. “A abordagem serve para informar o turista,
caso tenha algum desavisado, sem informações sobre o decreto municipal que
determina a indisponibilidade das praias. Diante de algum tipo de enfrentamento
ou resistência, a Guarda Municipal será acionada”, disse o assessor
municipal Jailton Santos.
‘Esdrúxulas’
A prefeitura de Caraguatatuba, com 91 casos e 4 óbitos, levou
para o trecho municipal da Rodovia dos Tamoios uma de suas principais barreiras
que antes acontecia na área urbana. Os turistas têm a temperatura medida e são
obrigados a preencher um questionário. O secretário de Mobilidade Urbana,
Maurício Ferreira, descreveu algumas desculpas dadas por veranistas como
“esdrúxulas”. “Cortar a grama da casa, alimentar o gato, pagar o
pedreiro, visitar a tia que não via há muito tempo, tudo seria motivo para a
viagem até nossa cidade”, disse.
No primeiro dia de barreira, foram abordados cerca de 500
veículos. Uma pessoa com temperatura acima de 37,8 graus, foi encaminhada para
a unidade de atendimento da covid-19.
Em Santos, na quarta-feira, 20, foram abordados 494
motoristas com placas de fora da região em dois bloqueios, segundo balanço da
prefeitura. A maioria comprovou a necessidade de entrar na cidade, mas 16
decidiram retornar para as cidades de origem.
A cidade tem 1.966 casos e 99 mortes pela covid-19.
Em Praia Grande, um bloqueio voltou a funcionar esta manhã no
trecho urbano da rodovia Padre Manoel da Nóbrega e houve congestionamento.
Em Guarujá, foram instalados sete bloqueios no perímetro
urbano.
Havia bloqueios também nos acessos a Mongaguá, Itanhaém e
Peruíbe.
Interior
Pelo menos 32 cidades do interior de São Paulo instalaram
barreiras para coibir a entrada de turistas durante o feriado prolongado na
capital. Só em Bragança Paulista, 4 mil veículos foram parados nas barreiras
sanitárias até a manhã desta quinta-feira.
Os carros foram higienizados e os ocupantes tiveram a
temperatura medida. No Circuito das Águas, as cidades de Água de Lindóia,
Socorro e Lindóia fizeram bloqueios nos acessos. “Todos os veículos com
placas de outras cidades são parados e orientamos sobre os decretos em vigor,
mostrando que está tudo fechado”, disse o comandante da Guarda Municipal
de Olímpia, major Edson de Oliveira, sobre as barreiras da cidade.
Praias são fechadas com tapumes contra assédio de turistas no litoral norte
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