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Prefeitura de SP abre edital para concessão do Terraço Martinelli

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), por meio da São Paulo Urbanismo, publicou no Diário Oficial da última quinta-feira, o edital de concessão do terraço do Edifício Martinelli. A ideia havia sido apresentada ainda em março de 2019, como parte do projeto Triângulo SP. O plano busca impulsionar a vida noturna e os atrativos turísticos do centro velho da capital, criando o Observatório Martinelli.

A concessão terá validade de 15 anos e o valor ofertado na concorrência deverá ultrapassar os R$ 70 mil mensais. A empresa ou o consórcio que adquirir os direitos sobre o Martinelli terá de destinar 4% do faturamento ao poder público. O valor do contrato é de aproximadamente R$ 46 milhões para o município, considerando o investimento em infraestrutura e os pagamentos da concessão.

A expectativa da SMDU é de que, com a implementação de programas de lazer, entretenimento, cultura e gastronomia, o Observatório Martinelli receba cerca de 160 mil visitantes por ano. Em nota, a Secretaria afirma inclusive que, mesmo em meio à pandemia do coronavírus, será possível abrir o espaço para a venda de refeições, desde que respeitados os protocolos sanitários de distanciamento social.

Além do terraço, os andares 25, 26 e 27 do Edifício Martinelli e os espaços comerciais do térreo serão concedidos à iniciativa privada. O vencedor do edital se responsabiliza também por manter um programa de curadoria com espaços expositivos, painéis interativos e acervos relacionados à história do edifício e de São Paulo. Ainda serão inaugurados loja, restaurante, café e um núcleo de recepção e centro de informações turísticas. O passeio terá acesso completo ao edifício.

Os interessados terão 60 dias para apresentar as propostas, que serão lidas no dia 27 de outubro, no próprio Edifício Martinelli O objetivo é que o contrato seja oficializado 30 dias depois, no fim de novembro.

História

A ocupação de terraços como espaço de lazer reflete uma tendência que ganhou força nos últimos anos. Idealizado pelo empresário italiano Giuseppe Martinelli e projetado pelo arquiteto húngaro Vilmos Fillinger, o prédio começou a ser construído em 1924 e é um dos primeiros arranha-céus da cidade. Foi inaugurado em 1929, com 12 andares, e teve a estrutura ampliada ao longo dos anos, chegando a 30 pavimentos.

Nas primeiras décadas, o Martinelli viveu tempos de glória, atraindo visitas ilustres. Também recebeu empreendimentos de luxo, como hotéis e cinema. Após um período de decadência nos anos 1960, foi desapropriado na década seguinte para abrigar órgãos municipais e lojas. Hoje, cerca de 80% do edifício pertence à Prefeitura. Desde 1992, o prédio é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

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