No dia 16 de março deste ano, os guarulhenses viram a realidade da cidade rapidamente se transformar. Na data foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde os dois primeiros casos do novo coronavírus (covid-19) em moradores da cidade.
Dias depois a quarentena foi instituída. Comércios, escolas, bares, restaurantes, todos fecharam as portas. Os guarulhenses foram obrigados a adotarem o isolamento social como medida primordial para não serem vitimados pelo coronavírus.
Desde março até o final de novembro, Guarulhos registrou 32.544 casos confirmados da covid-19. Desse total, 30.358 pessoas se recuperaram. No entanto, foram contabilizados 1.605 óbitos confirmados, além de dois em investigação.
A pandemia foi um desafio para todas as cidades que tiveram que buscar soluções imediatas para enfrentar o inimigo invisível. Em Guarulhos a prefeitura implantou o Centro de Combate ao Coronavírus de Guarulhos (3C-GRU) como medida principal para enfrentar o inimigo invisível.
Primeiro hospital de campanha aberto no Brasil, em 27 de março, após sete dias de construção, o 3C-GRU começou a operar com a central de triagem e atendimento por drive-thru e para pedestres. Em cinco meses de funcionamento, dos cerca de 800 pacientes de alta complexidade que ficaram internados no 3C-GRU, mais de 600 se recuperaram e puderam voltar para casa, além de pouco mais de 120 transferências realizadas, o que representa uma taxa de recuperação de 87,5%. Nesse período, foram contabilizados mais de 39.700 atendimentos no local, incluindo internações, consultas médicas e encaminhamentos para isolamento domiciliar, bem como 89.560 exames (bioquímicos, ultrassom, tomografia computadorizada e raio X) e registrados 86 óbitos.
A rapidez na tomada de decisões por parte da prefeitura foi fundamental para que a maioria dos guarulhenses infectados fosse salva. Agora, no entanto, os desafios na área da saúde ainda prosseguem. Sem a vacina, o coronavírus ainda é uma ameaça constante, mas, além disso outros equipamentos precisam começar a funcionar para que os guarulhenses tenham um atendimento mais eficiente.
Hospital Pimentas Bonsucesso
O Hospital Pimentas-Bonsucesso foi inaugurado em 2006, mas até hoje permanece com dois andares isolados, sem condições de prestar atendimento à população, já que nunca receberam obras de acabamento, hidráulica e elétrica. A prefeitura trabalha para resolver essa questão nos próximos anos. No início do mês, o prefeito Guti esteve em Brasília e solicitou ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, recursos financeiros da União com o objetivo de concluir o hospital. Com a ampliação, a unidade poderá oferecer um número maior de leitos e aumentar a oferta de serviços médicos no local.
HCGru (Hospital da Criança de Guarulhos)
Em junho, o prefeito Guti anunciou que a cidade deverá ter um novo hospital municipal voltado ao atendimento de crianças e adolescentes. Trata-se do HCGru (Hospital da Criança de Guarulhos), que deverá ser construído com recursos da iniciativa privada, a partir do Programa de Parcerias e Investimentos do governo federal.
O novo hospital, que irá dobrar a capacidade de atendimento ao público entre zero e 17 anos, deve ocupar uma área da Prefeitura na rua Claudino Barbosa, onde hoje funciona uma garagem municipal. Serão 150 leitos, entre internação e apoio, incluindo áreas novas e específicas para traumas, por exemplo. O complexo também contará com setores exclusivos para pacientes que se encontrem em observação ou internação, que serão separados em razão do sexo e da idade.
Atualmente, o Hospital Municipal da Criança e Adolescente, único público exclusivamente infantil em toda a região do Alto Tietê, funciona em um prédio alugado na região central, com apenas 74 leitos. A Prefeitura gasta, somente em aluguel, R$ 76 mil por mês, além do custeio estimado em aproximadamente R$ 3 milhões por mês.
Hospital da Mulher
O Hospital da Mulher, construído pelo Governo do Estado ao lado no Hospital e Maternidade Jesus, José e Maria (JJM), tem a parte estrutural praticamente concluída, faltando ainda todo o acabamento e a instalação dos equipamentos necessários para seu funcionamento. Quando concluído, irá abrigar todos os serviços ambulatoriais e hospitalares na área de ginecologia, o que atualmente é feito no JJM (uroginecologia, ginecologia endócrina, infertilidade, medicina fetal e outros), atendendo também a mulher vítima de violência, serviço que atualmente é realizado na capital.
A unidade terá também centro de estudos e setor de apoio diagnóstico, que oferecerá exames como densitometria óssea, estudo urodinâmico, ultrassom e colposcopia. O hospital deverá oferecer ainda leitos para a realização de pequenas cirurgias, como de nódulos de mamas, histeroscopia cirúrgica (para retirada de miomas e pólipos uterinos) e cirurgia de alta frequência para prevenção do câncer de colo do útero, além de leitos de internação. No encontro com Pazuello, Guti também solicitou recursos para a conclusão deste.