Ao som de ‘Baile de Favela’, Rebeca luta para levar Brasil ao pódio na ginástica

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Pelo que Rebeca Andrade apresentou durante a etapa classificatória disputada no último domingo, vale a pena o torcedor brasileiro acordar um pouquinho mais cedo na quinta-feira para ver a brasileira de 22 anos em ação na final do individual geral feminino da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a partir das 7h50 (no horário de Brasília).

Bons motivos não faltam para que a confiança em um bom resultado de Rebeca Andrade seja grande. O primeiro, é claro, foi o nível da sua apresentação nas classificatórias no fim de semana. Segura e muito consciente de suas ações, a atleta da ginástica artística executou movimentos que chamaram atenção dos juízes, que deram a ela a segunda melhor nota geral, atrás apenas da americana Simone Biles, maior estrela da modalidade na atualidade. Rebeca ficou com 57,399 pontos, em segundo lugar, e Biles fez 57,731. A paulista de 22 anos, além do grande feito, conseguiu avançar às finais em dois aparelhos: solo e salto. “Estou bem feliz. É um dia depois do outro nos Jogos”, disse Rebeca.

Outro ponto a se destacar foi a maneira como a atleta, que tem 1,51m e pesa 46 kg, combinou força e graça para executar saltos impressionantes na coreografia da música Baile de Favela, um dos sucessos entre os jovens que gostam do funk no Brasil.

No solo, Rebeca conseguiu 14,066 pontos na avaliação dos jurados Foi a quarta melhor nota depois de uma apresentação firme e se mostrando bastante solta em seu palco. Desde Daiane dos Santos, na edição de Pequim-2008, uma ginasta do Brasil não chegava à final do solo. No salto, ela também mostrou firmeza e, sem titubear na finalização, conseguiu a terceira melhor nota, com 15,400, também garantindo-se na decisão.

“A gente treina bastante para dar o nosso melhor. Na pandemia foi muito complicado, ficamos paradas um tempo. Mas é uma alegria enorme estar aqui. Tenho aí algumas finais, estou bem feliz, mas é um dia após o outro”, disse Rebeca após as atuações que levaram à vice-liderança no ranking geral.

A situação de Simone Biles também não deve ser ignorada – e ela é considerada favorável para a brasileira nesta reta final da competição. A americana não está bem nesta Olimpíada. Depois de apresentar falhas nas etapas classificatórias, ela viveu um drama ao errar novamente na final por equipes, na terça-feira (no horário de Brasília), a ponto de ser retirada no meio da disputa – o time russo acabou com a medalha de ouro.

Já Rebeca parece “leve” nesta Olimpíada. Cinco anos mais experiente do que no Rio-2016, quando disputou os Jogos pela primeira vez, ela tem demonstrado bastante determinação para ficar com uma medalha. “Esses Jogos Olímpicos não estão sendo um sonho, mas coloquei como objetivo. Se tivessem sido somente um sonho, não estaria aqui hoje. Porque sonho foi em 2016, os meus primeiros Jogos”, comparou a atleta brasileira.

NÍVEL – A ginasta de Guarulhos é apontada como um dos maiores talentos da atual geração da ginástica brasileira. Não por acaso, ela ainda participará em Tóquio das finais no salto e solo, a partir de 1º de agosto, confirmando o seu enorme poder de superação durante o último ciclo olímpico.

A ginasta já passou por três cirurgias de joelho, a última delas em 2019, que acabaram prejudicando sua participação em competições no exterior.

O adiantamento da Olimpíada em um ano por causa da pandemia, porém, permitiu que ela pudesse se recuperar totalmente para participar das seletivas. Dificuldades na vida não assustam Rebeca, filha de dona Rosa e com mais seis irmãos. Ela só espera ter mais um dia maravilhoso em Tóquio quando tiver de se apresentar novamente. Isso pode significar medalha.

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