Diferentemente do que ocorre na China, país de origem da JAC, no Brasil não há carro elétrico barato. O mais em conta é o JAC IEV20, que tem tabela de R$ 159.900 e 3,77 metros de comprimento. Para comparação, o chinês é R$ 8.019 mais caro que um SUV Jeep Compass Sport T270 e tem 5 cm a menos que um hatch Fiat Uno.
Os mais recentes lançamentos do tipo no País são o Fiat 500e e o Mini Cooper S E. Os dois hatches compactos são importados da Europa, têm carroceria de duas portas e preço sugerido de R$ 239 990. Com esse valor e mais R$ 590, dá para levar um SUV Toyota Corolla Cross XR e um hatch Volkswagen Polo Comfortline.
Assim, ao menos por ora, as marcas miram clientes de modelos de luxo. A estratégia faz todo sentido. Afinal, ainda não há uma infraestrutura ampla de recarga de elétricos no País.
Seja como for, isso está mudando rapidamente. Segundo o presidente e CEO da Audi do Brasil, Johannes Roscheck, em breve haverá um “boom” de vendas de carros elétricos. O executivo afirma que isso ocorrerá em, no máximo, três anos.
Estudo divulgado ontem pela Anfavea aponta no mesmo sentido. Ou seja, a participação das vendas de veículos eletrificados (incluindo híbridos) no País deverá passar dos atuais 2% para até 22% em 2030. Em 2035, o número poderá chegar a 62%, dependendo do cenário.
“Uma característica do brasileiro é que ele não tem receio de experimentar. E está sempre aberto às novas tecnologias”, diz Roscheck, que é austríaco e ocupou cargos de liderança na Audi em vários países.
Uma das provas disso é o sucesso do RS e-tron GT. O primeiro lote do carro elétrico, oferecido por R$ 949.990, tinha 35 unidades. Segundo informações da Audi, todas foram vendidas em menos de 24 horas.
Infraestrutura
Várias marcas vêm investindo pesado no desenvolvimento da eletrificação no País. Em 2018, a BMW inaugurou uma rede de eletropontos entre as capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Audi, Porsche e VW estão criando um corredor com carregadores ultra rápidos. O projeto, batizado de Plug&Go, ligará São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Florianópolis e Curitiba.
Da mesma forma, ao lançar o 500e, a Fiat informou que é parceira da Ecovaga. O programa prevê a instalação de carregadores em estacionamentos administrados pela Estapar em 23 cidades de dez Estados do País.