Até recentemente, seria improvável imaginar que o principal apelo de um sedã grande fosse o baixo consumo de combustível. Mas os tempos mudaram e, no novo Accord, que acaba de ser lançado no Brasil, o principal apelo é o e:HEV, nome com o qual a Honda batizou seu sistema híbrido que une um motor a combustão e dois elétricos. Primeiro modelo eletrificado da marca no País, o carro fabricado nos Estados Unidos tem preço sugerido de R$ 299.900.
São R$ 32.500 a mais que o preço do Accord anterior, que tinha motor 2.0 turbo de 256 cv de potência. Agora, o 2.0 aspirado movido a gasolina, que gera 145 cv e 17,8 mkgf de torque, atua em conjunto com o elétrico de 184 cv e 32,1 mkgf para mover o carro. O outro elétrico atua apenas como gerador.
Como resultado, no trajeto entre a sede da Honda, na Zona Sul da capital paulista, e o interior do Estado – o hodômetro marcou a média de 16,9 km por litro de gasolina. Em alguns momentos, o computador de bordo superou a marca de 19 km/l.
Segundo informações do Inmetro, a eficiência energética é de 1,20 MJ/km e o consumo médio é de 17,6 km/l na cidade e 17,1 km/l na estrada. Para comparação, o número aferido para o Renault Kwid 1.0 na estrada é de 15,6 km/l de gasolina.
Mesmo sendo frugal, o Accord e:HEV não deve nada em desempenho. Como o torque do motor elétrico está disponível a todo tempo, basta pisar forte no pedal da direita para o sedã responder prontamente.
Colabora com isso as três opções de modos de condução: EV Drive (100% elétrico), Hybrid Drive (o motor elétrico traciona carro e o 2.0 gera eletricidade) e Engine Drive. Neste último, diferentemente dos híbridos tradicionais (com conversor para distribuição de energia), o 2.0 16V do sedã envia a força às rodas por meio da transmissão e-CVT multidiscos.
Na prática, o funcionamento do Accord sem a interferência dos motores elétricos ocorre somente em velocidades acima dos 110 km/h. As mudanças entre os modos de condução são automáticas e não dependem da interferência do motorista.
Ao volante, economizar vira quase uma obrigação. Em carros híbridos, é comum o motorista se sentir instigado a conduzir de forma serena, de modo a obter os menores números de consumo e a melhor eficiência.
Ou seja, quanto mais “verde” e silenciosa for a condução, mais prazer em dirigir o modelo oferece. Tudo pode ser acompanhado no painel de instrumentos. E a tecla EV (no console central) otimiza ainda mais a economia de combustível.
O modelo traz várias exclusividades. O câmbio, por exemplo, é eletrônico. Isso leva a uma questão: “qual é o sentido das borboletas atrás do volante?”. A resposta é que as aletas servem para aumentar e diminuir a intervenção do sistema que recupera a energia gerada durante as desacelerações.
Tanto os motores elétricos quanto a embreagem de acoplamento do 2.0 ficam no espaço do câmbio (e-CVT). Ou seja, o Accord e:HEV não tem relações de marcha. Já as baterias ficam alojadas sob o banco traseiro, têm capacidade de 1,3 kWh e fornecem a energia que alimenta o motor a eletricidade. No modo puramente elétrico, a autonomia não passa de 1,5 km, de acordo com dados da fabricante.
Como o motor elétrico é o primeiro a entrar em ação, as saídas são bem suaves. Aliás, o conforto é um dos atrativos do sedã grande que também oferece espaço amplo e excelente ajuste do conjunto de suspensões.
A versão e:HEV faz parte da linha da 10ª geração do Accord, que chegou ao País em 2018. E, a despeito da evolução na eficiência energética e dirigibilidade, o visual é praticamente o mesmo.
De novidade há apenas a grade e os para-choques. Além disso, os faróis de neblina passam a ter iluminação por LEDs. Nas laterais, as rodas de liga leve de 17 polegadas foram redesenhadas. No mais, os logotipos ganharam fundo azul e a lista de itens de série ficou maior.
Equipamentos
Isso inclui carregador de celular sem fio mais potente (15 Watts) e duas entradas USB para quem vai no banco traseiro. A central multimídia tem tela de 8 polegadas e espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay por Bluetooth.
O sedã também traz assistente de saída involuntária de faixa mais preciso e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo com desaceleração mais suave. Segundo a Honda, a tecnologia Sensing de condução semiautônoma foi aprimorada e ganhou o Low Speed Braking Control. Ou seja, os freios agem automaticamente em caso de risco de colisão em baixa velocidade.
Há ar-condicionado digital, bancos revestidos de couro e excelente acabamento. Além de teto solar elétrico e freio de estacionamento por botão, entre outros destaques. Outra boa novidade é o alerta de utilização do banco traseiro. Se algum objetivo for esquecido, o dispositivo emite um alerta.