Mais de 40% das mortes no trânsito por embriaguez acontecem aos finais de semana

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O Estado de São Paulo registrou entre janeiro de 2019 e julho de 2021, 12.470 acidentes e 892 óbitos de motoristas com suspeita de embriaguez ao volante. Deste total, 378 mortes (42,3%) aconteceram aos finais de semana no período noturno. O levantamento realizado pelo Infosiga, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e Detran.SP, mostra ainda que os jovens entre 18 e 24 anos representam 18% das vítimas fatais.

A estatística confirma a importância da Operação Direção Segura Integrada (ODSI), que será retomada a partir de hoje, véspera do início da Semana Nacional de Trânsito, que acontece entre 18 e 25 de setembro. A ação coordenada pelo Detran.SP visa a prevenção, redução de acidentes e mortes no trânsito causados pelo consumo de álcool combinado com direção.

“O retorno da operação no Estado de São Paulo é fundamental para reduzirmos os acidentes e mortes no trânsito, conscientizando também a sociedade sobre os perigos da combinação entre álcool e direção”, destaca Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

A ODSI integra equipes do Detran.SP, das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica. Tanto dirigir sob a influência de álcool quanto recusar-se a soprar o bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, de acordo com os artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

O motorista que for flagrado alcoolizado ou que se recusar a fazer o teste do bafômetro será multado em R$ 2.934,70. No caso de reincidência no período de 12 meses, a pena será aplicada em dobro, ou seja, R$ 5.869,40, além da cassação da CNH.

Jovens: as principais vítimas

Na análise de públicos mais vulneráveis aos acidentes com vítimas fatais, os jovens entre 18 a 24 anos representam 18% das mortes no período de janeiro de 2019 a julho de 2021, somando-se os sinistros ocorridos em rodovias e vias municipais. Na sequência, com 11% está o público entre 25 e 29 anos.

Os dados mostram também que houve mais registros de vítimas fatais nas vias municipais (448) do que nas rodovias (427). O mesmo aconteceu com a quantidade de acidentes, lideradas também pela área urbana (6730) em relação às autoestradas (5521). Já a taxa de mortalidade em acidentes com suspeita de embriaguez é de 7% enquanto a taxa geral de mortalidade no estado é de 3%, ou seja, dirigir sob efeito de álcool aumenta em 2,5 vezes a chance de morte em um acidente de trânsito, aproximadamente.

“Esses números são fundamentais para nortear nossas ações no enfrentamento às causas dos acidentes, com o único objetivo de reduzir o número de óbitos. Ampliaremos nossos esforços no sentido de levar ainda mais informação e conscientização para a população. Só a mudança efetiva de comportamento pode mudar esse cenário”, complementa Neto.

Roberto Douglas Moreira, presidente da Associação dos Médicos do Detran do Estado de São Paulo (AMDESP Brasil) e da Associação de Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito do Brasil (Ampetra) explica a importância de uma melhor educação no trânsito para melhorar esses índices. “Muitos estudos indicam que o uso de álcool por jovens aumenta em aproximadamente quatro vezes mais a probabilidade de ocorrer acidentes graves. Por isso, é necessário que os jovens tenham cada vez mais treinamentos e orientações sobre os perigos de misturar álcool e direção. Os médicos e psicólogos de trânsito credenciados pelo Detran.SP estão atentos para melhorar esses dados e ajudar na preservação de vidas no trânsito”.

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