Primeira brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição da Olimpíada, Rebeca Andrade será a responsável por dar a bandeirada final no GP de São Paulo de Fórmula 1, no dia 14 deste mês, no Autódromo de Interlagos, na capital paulista. O convite da organização é uma homenagem pelas conquistas recentes da ginasta.
“Eu saí do meu corpo e voltei quando recebi o convite. Um sinal de respeito, uma homenagem às minhas vitórias. Eu nem consigo achar palavras para descrever o que estou sentindo. Nunca pensei que tivesse tantas oportunidades. Eu sempre lutei muito para me colocar como mulher e pela comunidade preta e usar bem esse ‘poder’ que o esporte me deu. Estou muito feliz”, comentou a atleta de 22 anos.
A honra de dar a bandeirada final num GP de Fórmula 1 é concedida para poucos no circuito. Em São Paulo, estrelas do porte de Pelé e Gisele Bündchen já tiveram a oportunidade. O Rei do Futebol, por sinal, viveu uma das situações mais curiosas da corrida paulista ao esquecer de dar a bandeirada para o alemão Michael Schumacher na prova disputada em 2002.
Neste ano será a vez de Rebeca, que vai assistir a uma corrida da F-1 pela primeira vez num autódromo. “Quero fazer direito, quero fazer bonito”, já avisou a ginasta, fã declarada de Ayrton Senna, apesar de não ter acompanhado a carreira do tricampeão de F-1 – ela nasceu cinco anos depois da morte do piloto.
“As coisas que ele fez, como se portava, como pensava. Eu me espelhei muito nele. Há duas frases dele que eu gosto bastante: ‘Se você quiser ser bem-sucedido, tem que ter dedicação total. Buscar seu último limite e dar o seu melhor. É uma coisa que eu faço todos os dias porque é meu trabalho e porque eu quero inspirar outras pessoas. Mas também faço muito por mim”, disse a atleta.
“A outra é: ‘Seja você quem for, qual for a sua posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força e muita determinação e sempre faça tudo com muita força e muita fé em deus, que algum dia você vai chegar lá’. Eu me identifico muito com isso.”
Rebeca vive o melhor ano de sua vida. Além de conquistar o ouro no salto e a prata no individual geral na Olimpíada de Tóquio, ela fez história também ao se tornar a primeira brasileira a conquistar duas medalhas em um Mundial de Ginástica (ouro no salto e prata nas barras assimétricas), em Kitakyushu, no Japão, no mês passado.
Imagem: Jonne Roriz/COB/Direitos reservados