Volta às aulas: instituições de ensino mostram medidas para readaptação

Foto: Camila Rhodes/PMG
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Maria Menezes 

Em 2021, após um ano inteiro com aulas interrompidas, as redes de ensino de Guarulhos voltaram a funcionar presencialmente. No primeiro momento, as escolas seguiram um cronograma de revezamento de alunos, funcionando com 30% da capacidade total das salas e distanciamento entre um estudante e outro. Em novembro, a cidade retomou obrigatoriamente as aulas presenciais, com 100% dos alunos, retirando a necessidade de espaçamento.

A retomada das redes de ensino, tanto públicas quanto particulares, trouxe desafios às instituições, assim como aos professores, que precisaram lidar e se readaptar com, além da defasagem da educação, os novos hábitos de prevenção ao contágio da doença e a perda da familiaridade dos alunos com as obrigatoriedades do ambiente escolar.

Na rede municipal, as aulas presenciais foram retomadas em julho de 2021, respeitando uma ocupação máxima de 30% do espaço físico das salas de aula e com revezamento. Já em novembro, a Prefeitura tornou obrigatória a volta presencial completa das escolas sem revezamento de alunos, com exceção aos estudantes pertencentes ao grupo de risco da covid-19, que podem manter o ensino virtual desde que tenham uma assinatura de compromisso de pais ou responsáveis.

Durante o período em que as aulas foram ministradas de forma virtual, Guarulhos registrou 3.300 alunos que perderam o contato completo com as instituições de ensino da rede. Com a busca realizada pela Prefeitura, assim como pelas escolas, 1.300 foram localizados em maio deste ano. Já com a retomada presencial em julho, ainda que com revezamento, as buscas foram intensificadas e atualmente há menos de 100 alunos não localizados.

‘Saberes em Casa’ soma 30 mil acessos em 2021

Durante o ano de 2021, o programa Saberes em Casa contabilizou 30 mil acessos via Youtube, sendo eles 12 mil visualizações do ensino infantil, 20 mil do ensino fundamental e 1.000 da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O programa foi criado com intuito de auxiliar o ensino e a aprendizagem remota. Além das matérias básicas presentes na grade escolar municipal, o Saberes em Casa contou com conteúdos em libras (linguagem brasileira de sinais) e aulas de inglês. Com a obrigatoriedade da volta às aulas, ele continua disponível para acesso em todos os meios de comunicação.

Os desafios na rede particular

Na rede particular, segundo o presidente da Associação de Escolas Particulares de Guarulhos e Região, Wilson Lourenço, o ensino foi satisfatório para o modelo que estava sendo usado, mas apresentou déficits com a volta presencial. “Houve um avanço na aprendizagem, mas nunca é igual ao que se tinha antes da pandemia”, explica.

Nos colégios, as aulas foram ministradas conforme as orientações do Conselho Estadual de Educação, seguindo uma carga horária e um plano de ensino obrigatório, mantendo a particularidade de cada unidade para ministrar as aulas da forma que atenda melhor os alunos matriculados.

Na escola em que trabalha, localizada na Vila Galvão, os estudantes que apresentaram mais dificuldade no aprendizado foram os do ensino infantil. “À medida que os alunos vão crescendo, essas dificuldades vão diminuindo”, conta. Já com os alunos do 1º ao 5º ano, a maior dificuldade foi em relação à socialização. Após um ano em isolamento, a escola percebeu um problema na convivência em grupo, principalmente por estudantes que apresentam alguma dificuldade com entendimento ou atividades em comum, que estão sendo tratadas e acompanhadas pela escola em conjunto com as famílias.

Para Lourenço, o atraso registrado no ensino não poderá ser recuperado rapidamente, por isso o plano é que as instituições trabalhem para que o ensino volte ao nível anterior ao longo dos próximos meses, através de uma metodologia que atenda às necessidades de cada estudante. “Os estudantes farão algumas avaliações para que a instituição entenda como está o desenvolvimento de cada um, que vai ser comparado ao que historicamente cada um deveria ter de habilidade e de conhecimento. Com isso as escolas vão planejar novas estratégias para recuperar esse tempo perdido”, diz.

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