Com a aproximação das eleições e encurralado pela ala política, que pressiona por medidas para aumentar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve autorizar novos saques de recursos pelos trabalhadores de suas contas do FGTS. Ação semelhante foi autorizada no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e ampliada pela atual administração – medidas anteriores já liberaram a retirada de quase R$ 100 bilhões do fundo de garantia.
Ontem, Guedes anunciou que o governo pode liberar, até o fim do ano, recursos do fundo para que as pessoas paguem dívidas. “São pessoas que têm recursos lá e que estão passando por dificuldades. Às vezes, o cara está devendo dinheiro no banco e está credor no FGTS. Por que não pode sacar essa conta e liquidar a dívida dele do outro lado?”, disse, sem dar mais detalhes, em evento do BTG Pactual, ao citar medidas que podem ser tomadas pelo Ministério da Economia até o fim deste ano.
O tema é tratado no âmbito da Secretaria de Política Econômica (SPE). Um dos idealizadores é o assessor especial de Assuntos Estratégicos do Ministério, Adolfo Sachsida, ex-chefe da SPE, que elaborou no atual governo as medidas de saques do FGTS para estimular a economia.
Os desembolsos podem variar entre R$ 500 e R$ 1 mil por trabalhador — ainda sem confirmações oficiais.