Aos 45 anos, Edilene do Socorro Veloso da Silva já trabalhou com dublagem e telemarketing, foi proprietária de pizzaria, entre outras funções. Como toda boa brasileira, supera as adversidades do dia a dia sempre com muita disposição.
Há mais de 5 anos, ela circula pelas ruas e avenidas do Rio de Janeiro como motorista parceira de aplicativos. A autonomia da profissão facilita conquistar a independência financeira desejada para, ao lado da esposa, conseguir manter as contas em dia e, também, buscar uma melhor qualidade de vida. Ambas estão no segundo ano da faculdade de Assistência Social.
“O aplicativo faz com que eu mesma dependa de mim, sou a minha patroa. Como eu trabalho por produtividade, quanto mais tempo eu passo dirigindo, mais possibilidades de ganho eu tenho”, afirma.
A mesma independência contribui para Juliana dos Santos, de 34 anos, manter as contas em dia, cuidar do filho adolescente, estudar e, claro, viver. “Pra mim, é bom trabalhar como motorista parceira de aplicativo por conta da flexibilidade de horário”.
Ela circula pelas ruas de São Paulo desde 2017. Recentemente, Juliana precisou trancar a matrícula do curso de psicologia. Entretanto, mantém o sonho de se formar e, após ser aprovada em um concurso público, auxiliar as pessoas que vivem na região conhecida como “cracolândia” em São Paulo. “Quando fazemos o que gostamos, não nos sentimos tão sobrecarregadas”
Retratos da realidade
Assim como Edilene e Juliana, muitas mulheres encontraram no volante a oportunidade de assumir a direção de suas vidas. Ao menos é o que revela pesquisa feita pela 99. De acordo com o levantamento, 80% das mulheres relataram que ser motorista parceira proporciona mais tempo para cuidar da família (26%), fazer amizades (27%) e ter mais qualidade de vida (15%).
A tarefa, claro, não é fácil. Como muitos costumam dizer, os brasileiros sabem “se virar nos 30”. Afinal, superar os desafios do dia a dia em meio a tantas adversidades exige muito “jogo de cintura”. Para as mulheres, porém, o cenário se torna ainda mais desafiador. Nos tempos modernos, conciliar casa e trabalho exige um esforço ainda maior.
Isso porque as necessidades da sociedade também se transformam. Muito mais do que levar os filhos para a escola, trabalhar e cuidar da casa, as pessoas cada vez mais entendem a importância da qualidade de vida.
E isso significa ter um tempo para o lazer, para estudar e aprender algo novo, cuidar da saúde ou, simplesmente, descansar. Como o dia continua possuindo 24 horas apenas, a tarefa não é fácil. Mas elas conseguem. E, por isso, merecem ter o protagonismo na sociedade cada vez mais destacado.
Prova disso é o resultado da pesquisa “Realidades Femininas”, realizada pela Consumoteca e encomendada pela 99. O levantamento constatou que 78% das mulheres brasileiras são responsáveis por liderar famílias e pagar algumas ou todas as despesas da casa.
Apesar disso, 45% das entrevistadas afirmaram que o maior desafio no dia a dia é precisar se esforçar mais que os homens para conseguir algo. Ainda de acordo com a pesquisa, somente 21% acreditam que são valorizadas, tanto na família como no trabalho.
Desafios
Nesse contexto, a desigualdade de gênero e o machismo infelizmente seguem como um desafio, principalmente, em profissões que anteriormente eram exercidas quase exclusivamente pelos homens. “As mulheres sempre têm que provar algo a mais”, afirma Edilene.
De acordo com a motorista parceira, ainda é comum ver pessoas que ficam surpresas quando encontram uma mulher no volante, tanto por parte dos passageiros quanto dos condutores. Como resposta a todos que ainda têm esse pensamento ultrapassado, Edilene explica: “quando a mulher decide dirigir, ela se propõe a fazer o melhor”.
Outros problemas graves enfrentados pelas mulheres na sociedade são o assédio e a violência. Para melhorar a mobilidade urbana e estabelecer um engajamento com a luta feminina, em 2019 a 99 desenvolveu o programa Mais Mulheres.
Entre as diversas ações, conta com a parceria com o projeto Justiceiras, que acolhe e encaminha vítimas de violência doméstica para as equipes especializadas. Implantado em março de 2021, o canal direto no aplicativo da 99 estimulou uma média de três mulheres por dia a procurarem voluntárias do grupo para denunciar abusos e agressões. Como complemento, a plataforma oferece também vouchers de descontos para passageiras que precisam se deslocar até uma das 180 Delegacias de Mulheres espalhadas pelo país.
“Eu desejo sempre que as mulheres se protejam, sejam amigas umas das outras e consigam ter um futuro com tranquilidade e paz interior, cuidando do corpo, mente e alma”, finaliza Edilene.