Em virtude dos poderes a que foi investida, em 02/09/1822, a Princesa Leopoldina convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado e decidiu pela separação definitiva de Brasil e Portugal. Para alguns historiadores, Leopoldina assinou a Declaração de Independência do Brasil, para outros elaborou documento sugerindo a D. Pedro I, que o fizesse, mas é indiscutível que este momento histórico como inúmeros outros se materializaram no Palácio Imperial, residência da família real portuguesa de 1808 a 1822 e da família imperial de 1822 a 1889. Com a proclamação da República, foi no Palácio que se reuniu a Assembleia Nacional Constituinte que promulgou a Constituição de 1891. No ano seguinte, o Museu Nacional Brasileiro foi finalmente instalado no Palácio da Quinta da Boa Vista. Os republicanos infelizmente não respeitaram o valor histórico e cultural do Palácio, que no decorrer dos anos foi desprovido de suas características internas originais, tendo seus adornos sido destruídos e/ ou vendidos ao longo dos tempos. Atualmente, com mais de dois séculos de vida cultural e histórica, o Museu Nacional é vinculado ao Ministério da Educação e integra o Departamento de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É sem dúvida a instituição histórica e científica mais antiga do Brasil, o que lhe possibilitou ser a guardiã de um acervo de mais de 20 milhões de itens garimpados de todo o mundo. Desde criança sou amante incondicional das Belas Artes, e assíduo frequentador dos museus espalhados pelo país e no exterior, assim, tenho acompanhado as notícias de péssima conservação do Museu Nacional há anos, não podendo os responsáveis alegarem, acidente, caso fortuito ou força maior; infelizmente o Palácio Imperial e todo seu acervo, não morreu sem causa, foi “assassinado”, torturado em praça publica por décadas, tendo morrido com requintes de crueldade, após muito sangramento. É com os olhos cheio de lágrimas, com muita dor no coração e na alma que rendo minhas homenagens ao finado Palácio da Quinta da Boa Vista e ao acervo queimado do Museu Nacional. Há exatos 196 anos, em 02/09/1822, Dona Leopoldina de Habsburgo, rascunhava a Declaração de Independência do Brasil tendo o Palácio como testemunha e no mesmo dia em 2018, por irresponsabilidade de nossos Governantes foi sepultado no mesmo local mais de 2000 mil anos de história. Que Deus tenha piedade de nossa Nação! Tanto a Policia Civil do Rio de Janeiro como a PF instauraram inquéritos policiais para apurar as causas e as responsabilidades sobre o incêndio no Museu Nacional. Como cidadão rogo aos integrantes do Ministério Público para que ao lado da polícia investigativa identifiquem os responsáveis, apurem as condutas comissivas ou omissivas e ajuízem as respectivas ações cíveis e criminais para ao menos não deixarem impune essa irrecuperável tragédia mundial.
O homicídio do Museu Nacional
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