Maria Menezes
O time guarulhense Herkules, foi vencedor do Partille Cup, campeonato mundial amador de handebol, na categoria sub 15, que aconteceu entre os dias 04 e 09 deste mês em Gotemburgo, na Suécia. O torneio, que é considerado a maior competição do esporte do mundo, acontece desde 1970. Neste ano, 1.060 times participaram da competição.
Comandado pelo técnico Alexandre Ribeiro, conhecido como Zuza, o time competiu pelas categorias sub 14, 15 e 16. A equipe campeã – sub 15, perdeu inicialmente na fase de grupo, sendo classificada em segundo lugar entre 32 times. Ao ganharem a etapa, a equipe avançou para as oitavas de finais – competida por 16 times, classificando-se para as quartas, etapa em que ficaram entre os oito finalistas, jogando contra o Skanderborg, melhor escola de handebol da Dinamarca, classificando para a semifinal. Já na final, o time enfrentou a equipe sueca Taby Handebol, vencendo de 16×13. A equipe chegou também nas oitavas de finais nas categorias sub 14 e 16.
O time guarulhense, criado em 2015 pelo técnico Zuza em conjunto com Edson Freira, conhecido como Testa, conta com mais de 200 atletas guarulhenses, sendo quatro deles contratados. Além do Partille Cup, o time já foi campeão na França com as categorias sub 11 e 13, em Portugal com o sub 12 e na Dinamarca pelo sub 15. Nacionalmente, as categorias sub 12, 14 e 16 conquistaram o campeonato paulista – a categoria sub 12 carrega o título de tetracampeão paulista, bem como dois brasileiros com a categoria sub 14.
Em conversa ao HOJE, três jogadores da equipe contaram sobre a sensação de ganhar o campeonato mundial, bem como sobre as trajetórias até o torneio.
Luiz Miguel Toledo, o ponta direita de 15 anos, compõe o Herkules há cinco anos. Toledo conta que começou no esporte aos 10 anos por diversão e hoje pretende fazer carreira profissional. “Comecei no campeonato paulista, mesmo sendo mais novo, depois viajei com o clube para Barra Bonita e a paixão pelo esporte e pelo clube foi crescendo, criei mais interesse pelo handebol, até que fiz minha primeira viagem para a Europa, em 2018”, disse. Em relação ao título na Suécia, o ponta direita conta que se sentiu muito satisfeito. “Foi uma sensação que eu nunca tinha sentido. Ainda não caiu a ficha que fomos campeões mundiais. Me senti muito satisfeito com o resultado e surpreso, por ter desacreditado no começo”, finalizou.
Já para o lateral esquerda João Pedro de Andrade Nascimento, de 15 anos, chegar ao campeonato mundial foi uma realização. “Foi uma sensação extraordinária. Nós estávamos na terra dos melhores do mundo. Me senti agradecido e realizado. Foi um orgulho enorme, ter levado o título é a recompensa de muito treino e dedicação”, conclui sobre a vitória. Nascimento faz parte do time há quatro anos, começou no esporte aos 11 e hoje visa uma carreira no exterior. “No começo eu não tinha compreensão do esporte e nem pensava no futuro, mas em 2019 tive a certeza de que quero seguir carreira. O prazer e o amor pelo esporte me motivam a continuar, assim como minha família e o desejo de jogar entre os melhores e ganhar títulos de maior expressão”, disse.
João Pedro Guasti, goleiro da equipe, de 15 anos, conta que o time fez um trabalho árduo para chegar ao título. “No início foi complicado, nós estávamos em desvantagem, por conta do cansaço da viagem, mas trabalhamos duro e fizemos uma boa preparação, esse foi o diferencial”, diz. Guasti está no Herkules há cinco anos e iniciou no esporte aos nove. Para ele, ser o primeiro time da América a ganhar o mundial de clubes foi uma sensação única. “Fizemos um grande jogo encima da tradicional equipe sueca Taby, que foi a única que perdemos durante a fase de grupo. Essa foi a primeira vez na história que um time das Américas ganha um mundial de clubes”, concluiu.