Dados divulgados recentemente pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, (SBN), revelam um significativo número de pessoas que sofrem de doenças renais. Atribuídas à crescente deterioração da qualidade de vida do homem contemporâneo, essas doenças vêm apresentando estatísticas cada vez mais alarmantes para o universo médico-hospitalar tanto brasileiro quanto mundial.
José Antônio da Rocha Almeida, médico especialista em doenças renais do Hospital Nipo-Brasileiro, alerta que grande parte dessas pessoas apresentam doenças como diabetes e hipertensão que, se não tratadas adequadamente, podem provocar a completa falência do sistema renal.
Segundo ele, existe um contingente de pessoas que no momento do diagnóstico já apresentam os rins totalmente debilitados, exigindo nesses casos, o encaminhamento para a hemodiálise e, na maioria dos casos, este tratamento é pelo resto da vida, na impossibilidade de se realizar um transplante renal.
Citando estatísticas recentes, José Antônio da Rocha Almeida informa que hoje em todo o mundo, 500 milhões de pessoas sofrem de problemas renais e 1,5 milhão delas estão em diálise. Essas estatísticas revelam também que uma em cada dez pessoas no mundo sofre de doença renal crônica.
De acordo com esses dados, pacientes com esse tipo de doença apresentam 10 vezes mais riscos de morte prematura por doenças cardiovasculares. A estimativa é de que 12 milhões de pessoas no mundo morrem por ano de doenças cardiovasculares relacionadas a problemas renais crônicos.
Adicionalmente, José Antônio da Rocha Almeida esclarece que mais de 80% dos pacientes que fazem diálise encontram-se nos países desenvolvidos. Na Índia e no Paquistão, por exemplo, menos de 10% das pessoas que precisam de tratamento recebem algum tipo de terapia e, na África, quase não existe acesso ao tratamento e as pessoas acabam morrendo.
O crescente número de doentes renais no Brasil já o tornou o terceiro maior mercado de hemodiálise do mundo, onde a doença atinge 2 milhões de pessoas, sendo que 60% delas não sabem disso. Dados recentes da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam o registro de mais de 32 mil novos pacientes que, em termos percentuais, significou um aumento da ordem de 9%.
Sintomas
No formato de um grande grão de feijão, medindo no adulto de 10 a 13cm, os dois rins estão localizados um de cada lado da coluna vertebral, logo acima da cintura, tendo como função filtrar o sangue durante 24 horas do dia, controlar a quantidade de água e sal do organismo, eliminar toxinas, ajudar a controlar a pressão sanguínea, produzir hormônios que impedem a anemia e a descalcificação óssea, além de eliminar alguns medicamentos e outras substâncias ingeridas.
José Antônio Rocha Almeida explica que os principais fatores de risco para as doenças renais são a hipertensão arterial, diabetes (pessoal ou na família), e o histórico familiar de doença renal. Identificado algum desses fatores, é muito importante que um médico seja consultado para realizar exames laboratoriais de função renal.
O especialista chama a atenção para alguns sinais e sintomas capazes de indicar a ocorrência de doença renal, que são a hipertensão arterial, o diabetes melitos, edema de membros inferiores ou de face, cólica renal, infecção urinária, com ardor para urinar ou dor lombar associada a febre, urina com mal cheiro ou turva, dificuldade para urinar ou sentir vontade de urinar muitas vezes ao dia, sangue na urina, fraqueza ou palidez cutânea não explicada por outras causas.
Risco
Apesar disso, José Antônio Rocha Almeida adverte que é importante saber que as doenças renais podem existir sem sintomas por um longo período. Nesses casos, se a pessoa com doença renal buscar auxílio médico tardiamente, corre o risco de já ter uma doença em fase irreversível. Ou seja, em caso de apresentar um dos sintomas mencionados anteriormente, ou se encontrar em algum grupo de risco, consulte um médico para avaliar a função renal (proteína na urina, creatinina no sangue, etc).