Apenas 19 municípios brasileiros informaram não terem verificado casos confirmados clinica ou laboratorialmente de covid-19 em 2021. Outros 5.549 (99,6% do total) reportaram registros da doença. Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Houve aumento no número de cidades com registros de covid em relação a 2020, quando 5.449 municípios reportaram confirmações clínicas ou laboratoriais.
No ano passado, houve instalação de tendas de triagem de pacientes em 3.704 municípios, 66,8% do total de cidades, ante 3 065 municípios (56,2%) com esse tipo de estrutura em 2020.
Também aumentou o número de locais com necessidade de internação de doentes na passagem de 2020 para 2021. Dos municípios com casos registrados, 99,4% (5.517 cidades) relataram necessidade de internação no ano passado, contra 93,8% (5.109) no ano anterior. Onde houve necessidade de internação de doentes, quase todos relataram ocorrência de mortes, 5.468 cidades com óbitos, 96,1% dos municípios com internações, contra uma fatia de 88,8% registrada em 2020.
“Considerando-se os municípios que informaram a necessidade de internação de pessoas que contraíram covid-19, duas questões chamam a atenção: o aumento da proporção de municipalidades onde o número de internações ultrapassou a capacidade de leitos e de unidades de tratamento intensivo (UTI) públicos ou privados conveniados ao SUS, passando de 23,6%, em 2020, para 48,1%, em 2021; e a necessidade de manutenção de pessoas, por mais de 24 horas, em unidades sem internação, passando de 31,1% para 51,9% nesse mesmo período”, ressaltou o estudo do IBGE. “Houve, também, aumento da proporção de municipalidades que declararam a necessidade de encaminhamento de pacientes para outro município com vistas à realização de procedimentos na área da saúde: de 91,6%, em 2020, para 95,8%, em 2021.”
A proporção de cidades com número de leitos ampliados foi de 57,5% em 2021, ante 58,2% em 2020.
Terceirização na saúde
O número de municípios e de estabelecimentos de saúde sob sua responsabilidade, administrados por terceiros, vem aumentando e se disseminando, passando de 685 em 2018 para 891 em 2021, informou o IBGE. O total de estabelecimentos terceirizados passou de 3.013 para 4.194 no período, mas o processo ainda se encontrava na região Sudeste, onde 26,0% dos municípios apresentavam esse modelo de gestão.
Em 2021, 21 Unidades da Federação afirmaram possuir estabelecimentos de saúde de responsabilidade da gestão estadual administrados por terceiros. Roraima, Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraíba, Minas Gerais e Mato Grosso afirmaram não adotar esse modelo de gestão da saúde. O tipo de administração terceirizada mais recorrente foi o de Organizações Sociais (OS), presentes em 15 Unidades da Federação.
Saúde da Família
Praticamente todos os municípios brasileiros (99% deles) tinham estratégia de Saúde da Família em 2021. O número de equipes de Saúde da Família cresceu de 44.742 em 2018 para 47.365 em 2021, um aumento de 5,9%. No entanto, entre os municípios de mais de 500 mil habitantes houve redução de -3,2%, 289 equipes a menos no período.
O número de agentes comunitários de saúde encolheu em 3.452 agentes, queda de 1,3% no contingente desses trabalhadores.
O teste de HIV e de sífilis em gestantes estava presente em mais de 94,8% dos municípios em 2021. O teste do pezinho era realizado em 91,1% das cidades, e o Pré-natal masculino/do parceiro ainda não alcançava nem metade dos municípios (45,1%).