Guarulhos Hoje

Mulher perde os movimentos após parto e acusa JJM por negligência

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Com apenas 23 anos, Vitória Rosa de Oliveira perdeu os movimentos do corpo após passar por um parto normal no Hospital e Maternidade José, Jesus e Maria (JJM).

Segundo ela, no dia 2 de abril, teve uma paralisia facial e foi levada ao JJM. No local foi informada de que se tratava de um quadro normal sendo orientada a procurar um clínico geral em outra unidade de saúde. Assim ela o fez. No entanto, no dia 4 de abril, Vitória deu entrada na maternidade novamente. Para ela, seus piores problemas começaram neste momento.

“Eu cheguei na sala de pré-parto andando, estava dançando. O meu parto começou e eu já estava com a boca torta, meu olho não piscava e eles me pediam para fazer força para que eu pudesse ter meu filho de parto normal. Eles me deram comprimidos para indução e o bebê não nascia. Eu pedia cesárea e eles se recusaram. Esse processo durou o dia inteiro. Às 22h eu ainda não tinha ganhado meu filho”, disse.

A paciente alega que durante a tentativa teve suas costas e pescoço apertados com uma força excessiva, que causava dor. “Eles me colocaram em uma posição desagradável na cama e começaram a apertar minhas costas. Eu sentia muita dor e eles me mandavam apertar um pano, neste momento minhas costas e pescoço se contorciam, mas eles me mandavam fazer cada vez mais força. Eu já não conseguia mais, minha boca estava torta e espumando e eles forçavam muito a minha coluna”, diz.

Após a realização do parto normal, Vitoria foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), no caminho ela já não sentia as pernas. “A maca que possuía apenas um pé, enquanto a minha outra perna ficava solta e eu já não sentia mais ela após dar à luz ao meu filho. Eu passei nove dias na UTI e fui liberada do hospital. Saí de lá mal, andando lentamente”, explica.

Em casa, Vitória perdeu cada vez mais seus movimentos e precisou ser levada ao Hospital Municipal de Guarulhos (HMU), onde ficou internada por 28 dias. “Eu fui atendida pelo médico que me liberou do JJM. Lá fiz uma série de exames, mas passei os dias sentindo muita dor. Eu não tive um diagnóstico e hoje estou usando fraldas, com uma criança pequena que eu não consigo cuidar, não ando mais e não mexo as minhas mãos. Eu estou desesperada dependendo de alguém para tudo”, denuncia.

Em nota, o Hospital e Maternidade José, Jesus e Maria afirmou que os sintomas atuais descritos pela paciente não possuem relação nenhuma com o quadro obstétrico atendido pela maternidade. “A paciente deu à luz nesta Instituição em 04/04/2023 às 23:54h de parto normal, ocorrido com rapidez e segurança, sem intercorrências, sendo o mesmo acompanhado por seu esposo. Na sua admissão já apresentava intercorrência clínica não relacionada ao parto ou à gestação, por este motivo foi encaminhada à UTI a fim de esclarecer seu quadro clínico e melhor observação. Após quatro dias, com remissão dos sintomas, recebeu alta da UTI, sendo transferida para a enfermaria, onde ficou mais 24h e recebeu alta obstétrica e hospitalar”, diz.

Já o HMU informou que a paciente teve alta a pedido e orientada sobre os procedimentos que deveriam ser seguidos. “A Secretaria da Saúde esclarece que a paciente realizou todos os exames que seu quadro clínico recomendava. Com todos os exames dentro dos padrões normais, houve a recomendação de avaliação neurológica. A alta da paciente foi a pedido, já que ela não quis permanecer internada para fazer a ressonância e investigar uma possível síndrome que causa paralisia. Portanto, a paciente foi orientada sobre os procedimentos que deveriam ser seguidos, mas não quis esperar para fazer os exames necessários para consolidar um diagnóstico”.

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