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Novo sistema de cargas aéreas deixa centenas de cargas retidas nos aeroportos, sem previsão de normalização

A promessa de simplificação e redução de custos de controle de cargas áreas lançadas pelo governo no último dia 31 de julho parecia promissora, no entanto, já apresenta desafios significativos nos aeroportos, onde centenas de cargas estão retidas sem previsão de normalização. Segundo Jackson Campos, especialista em logística internacional farmacêutica e diretor da AGL Cargo, esse cenário pode trazer impactos potenciais em diversos setores, especialmente na logística farmacêutica. 

Embalado pela promessa de simplificar e agilizar os processos de importação, o sistema tem como finalidade desburocratizar e reduzir custos associados à importação, principalmente para produtos de alto valor agregado, além de trazer benefícios significativos para a economia do país e para a sociedade em seu conjunto.

No entanto, a implementação desse sistema não está isenta de desafios, especialmente nos aeroportos. “Muitas cargas permanecem retidas nas instalações dos aeroportos, gerando preocupações tanto para as empresas envolvidas quanto para os órgãos regulatórios. Um dos aeroportos mais afetados, o GRU Airport, não possui uma previsão para a normalização da situação. A inconsistência entre o sistema da Receita Federal e o sistema do aeroporto pode ser a raiz do problema”, conforme ressaltado por Jackson Campos, especialista em logística internacional farmacêutica.

A Receita Federal estabeleceu metas para aprimorar o cenário de importação. Uma delas é a redução de 80% no tempo médio de liberação das mercadorias nos aeroportos, uma medida que visa acelerar os trâmites aduaneiros, permitindo que os produtos cheguem ao mercado com maior celeridade. Em suma, a iniciativa de simplificar e reduzir custos no controle de cargas aéreas, lançada em julho, trouxe consigo expectativas positivas de modernização e agilização dos processos de importação.

Entretanto, desde seu início, tem enfrentado desafios substanciais nos aeroportos e que não restringem apenas à logística. Campos observa que a retenção de cargas farmacêuticas nos aeroportos é um aspecto particularmente preocupante. Os atrasos na liberação desses produtos podem ter consequências diretas na saúde pública. Considerando que cerca de 40% das cargas farmacêuticas permanecem retidas, resultando em prejuízos operacionais para as empresas envolvidas e gerando inquietações no contexto regulatório.

Diante disso, o diretor da AGL Cargo destaca que, especialmente na logística farmacêutica, esses entraves podem resultar em impactos sérios, incluindo a potencial escassez de medicamentos, aumento gradual dos custos de armazenamento, falhas em processos licitatórios e carência de produtos hospitalares.

Embora a Receita Federal busque melhorar a eficiência do processo, as atuais dificuldades demandam uma resolução ágil e eficaz para garantir que os benefícios prometidos pelo novo sistema se materializem sem comprometer setores vitais da sociedade.

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