A Prefeitura de Guarulhos alerta que as chuvas intensas que atingiram a cidade no mês de outubro e também no início de novembro causaram impactos à população e preocupação para possíveis casos de leptospirose. A doença é causada por uma bactéria presente na urina de animais, principalmente de ratos. Ela se mistura à água de valetas, lama, lagoas, cavas e em locais com formação de enchentes. As inundações propiciam a disseminação e a permanência da bactéria no ambiente, facilitando a contaminação.
Neste ano, 10 casos da doença já foram confirmados. Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado foram registrados 19 casos de leptospirose.
Para prevenir a leptospirose deve-se evitar o contato direto com águas de inundações e a lama das enchentes ou o esgoto. Pais e responsáveis devem estar atentos para que crianças não nadem ou brinquem em córregos ou rios, possivelmente contaminados com a urina de roedores.
“As chuvas são mais intensas durante esta época do ano, por isso os cuidados devem ser redobrados. Orientamos os profissionais de saúde, que devem ficar atentos, pois o diagnóstico precoce da doença pode evitar quadros graves”, destacou o secretário da Saúde, Ricardo Rui.
O que é a leptospirose
A leptospirose é uma doença de caráter infeccioso, causada por uma bactéria, a Leptospira. Por estar relacionada à urina de animais, a leptospirose tem maior incidência em locais com baixa infraestrutura e saneamento básico. A doença é dividida entre as fases precoce e tardia. O que as diferencia são os sintomas, mais graves no segundo caso.
O período de incubação da doença, ou seja, o espaço de tempo entre a contaminação e a apresentação dos primeiros sintomas, pode ser entre um e 30 dias, sendo mais comum o período entre cinco e 14 dias.
A bactéria Leptospira vive nos rins de diversos animais (com destaque para ratos e roedores) sem causar a eles nenhum dano ou sintoma. Ela acaba sendo eliminada na urina desses seres e é o contato com essa secreção que é responsável pela transmissão da leptospirose para os seres humanos.
A exposição à doença pode acontecer de diversas maneiras, mas as mais comuns são o contato com água de enchentes, ingestão de alimentos ou beber em recipientes contaminadas pela urina de animais infectados. É importante lembrar que para se infectar pela leptospirose a pessoa pode ter arranhões e pequenas lesões na pele, mas a pele íntegra, se exposta de forma prolongada ao agente infeccioso, também pode ser contaminada.
Os animais infectados podem eliminar a Leptospira por meio da urina durante meses, anos ou por toda a vida, de acordo com a espécie.
Sintomas
Entre os sintomas de sua fase precoce, menos grave, pode-se destacar febre alta repentina, dor de cabeça e no corpo de modo geral, principalmente na panturrilha, náuseas, vômitos e diarreia.
Os sintomas da fase precoce da leptospirose são parecidos com dengue, influenza (síndrome gripal), malária, doença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre tifoide, entre outras. Por isso, para confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames clínicos.
Normalmente o tratamento para a leptospirose é feito por meio de antibióticos, que combatem a proliferação da bactéria no indivíduo infectado pela doença. As orientações médicas devem ser seguidas e o paciente deve manter-se bem hidratado durante todo o período de tratamento da leptospirose. Casos mais graves requerem internação e cuidados especiais.