Guarulhos se destaca no cenário brasileiro com uma vasta produção cultural. Tais iniciativas contribuem, assim como as educacionais e as esportivas, para o desenvolvimento de indivíduos para a cidadania, exercendo papel fundamental na renovação do conhecimento.
A cultura de um povo é um conjunto de saberes, tradições, técnicas, hábitos, comportamentos, costumes e modos de fazer que acaba sendo transmitido entre gerações. O carnaval, as danças características dos grupos populares do município, o artesanato local, as tradições indígenas são algumas das manifestações artísticas de Guarulhos.
Aqui estão produtores, atores, cineastas, escritores e tantos outros que vão construindo a história cultural do município, alcançando os mais diversos públicos. Por isso, qual a visão de quem vive e transmite cultura em Guarulhos?
Carol Pimentel, artista visual
“A minha visão sobre as artes em Guarulhos é bem complexa porque nós artistas temos grande dificuldade de encontrar lugares que nos contratem. Porque não adianta também só ter o espaço para eu levar o meu trabalho. A arte é a minha profissão e é necessário que a gente tenha aparelhos, espaços e que sejamos contratados. Temos até alguns espaços como o Adamastor, o Sesc, mas para que a arte exista precisa também que o público se faça presente. É uma junção de coisas que falta para a arte virar um algo comum entre a população”.
Janaina Reis, presidente da Sessão de Cinematografia Independente
“Evidente que Guarulhos é uma cidade de grande efervescência cultural. A gente tem a cena audiovisual da cidade, cada vez mais fortalecida, num movimento cultural independente. Infelizmente nós ainda não temos tanto incentivo e apoio, o que acaba muitas vezes contribuindo para saída de muitos artistas aqui da cidade. Mas, aqui é muito forte o audiovisual. Como é o caso da companhia Vera Aberta, com a oficina filme de bairro e também com a oficina de imagens indígenas, essa feita em parceria com Guarulhos. O que fortalece bastante a cultura na cidade e produção local”.
Marcos Davi Lisboa, músico e compositor
“Guarulhos tem iniciativas sazonais que historicamente se alternam entre fraca e forte. O legal da parte forte é que ela frutifica e semeia outros terrenos. Por exemplo, em uma dessas fases de mais atenção às artes, houve um despertar para o jornalismo cultural local. Hoje a cidade tem alguns veículos de comunicação que se dedicam exclusivamente a cobrir a produção artística da cidade. E o mais importante é que essas pessoas envolvidas não são apenas amantes da arte, são profissionais de jornalismo, produção cultural e demais agentes que interessam diretamente à demanda cultural. Creio que nenhuma cidade ou região do mundo absorve a totalidade do trabalho de um artista. Portanto, por mais que a cidade acolha os artistas locais, eles não poderão viver apenas do que a cidade proporciona”.
