Evangélicos e católicos se unem por PL do Aborto e sugerem doação de bebês

Mário Agra/Câmara dos Deputados
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Deputados da Frente Parlamentar Evangélica e da Frente Parlamentar Católica dobraram a aposta e saíram em defesa do projeto de lei que equipara o aborto em gestações de mais de 22 semanas com o homicídio, mesmo em caso de estupro, em que há provisão legal para a interrupção da gravidez. Esses congressistas argumentam que é melhor para a grávida parir o filho e doá-lo para a adoção.

“Se em 22 semanas o bebê está pronto para viver fora do útero da mãe, porque matá-lo para depois retirá-lo, se é muito mais correto, coerente, retirá-lo e colocá-lo para adoção, já que aproximadamente 30 mil brasileiros desejam”, argumentou Eli Borges (PP-TO), que foi presidente da bancada evangélica.

Os parlamentares se reuniram ontem para manifestar esse posicionamento, depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), determinar a formação de uma “comissão representativa” para debater o tema em agosto, esfriando o clima para uma nova votação na Casa ainda neste semestre.

Mais de dez parlamentares defenderam sua posição. “O inferno se levantou contra o projeto, os demônios saíram do inferno contra o projeto”, afirmou Sargento Fahur (PSD-PR). “Nunca vamos defender o assassinato dos inocentes, estamos aqui para defender as vozes dos bebês”, discursou Franciane Bayer (Republicanos-RS)

Ao longo dos discursos, os deputados disseram ainda que não defendem estuprador e apoiam maior tempo de cadeia para os agressores sexuais. Dessa forma, não abrem mão de impedir a possibilidade de aborto para a grávida estuprada.

O pastor Silas Malafaia participou do evento e ainda fez uma defesa da penalização. “A vida é a mãe de todos os direitos. A pena maior é para quem tira a vida. Para todas as outras questões, a pena vai ser menor”, afirmou. Ele disse que, se dependesse dele, a pena para o estuprador seria a máxima possível, mas haveria esse obstáculo. Para ele, esse tipo de aborto é um homicídio. “Se você mata uma vida que está pronta para viver, o que é?”

TEXTO

Um dos autores, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) reconheceu que o texto poderá passar por alterações. “Vamos aprimorar todos os âmbitos necessários, mas não abriremos mão do cerne do projeto, de defender a vida do bebê.”

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