A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 30, a Operação Mula D”Ouro, com o objetivo de desarticular um grupo identificado como responsável pelo envio de mulas para a Europa, principalmente, transportando drogas engolidas dentro de cápsulas, via Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos
Uma mulher, de 39 anos, apontada como a “Mãe das Mulas” foi presa em Guaianases, na zona leste da capital. Nascida no Rio Grande do Norte, mãe de filhos menores de idade, ela vive com um nigeriano e seria proprietária de uma loja no Brás, bairro do comércio popular.
A investigação mostra que a “Mãe das Mulas” enviava pelo menos cinco mulas por semana para Paris. Ela é suspeita de ser a chefe da organização criminosa responsável pelo envio de diversas mulas do tráfico ao exterior. Fazia a “seleção” das mulas internacionais.
Algumas dessas mulas foram flagradas no Aeroporto Internacional de São Paulo e encaminhadas ao hospital público para que pudessem expelir a droga ingerida. A mulher teria escalado um sobrinho para uma das viagens com droga engolida.
Na casa da suspeita, os agentes federais apreenderam dois mil euros, passaportes e malas já prontas para embarque. O endereço foi vasculhado por policiais federais, divididos em duas equipes, com apoio da Polícia Militar de São Paulo.
A Polícia Federal ainda vê indícios de que a investigada estava vinculada a um outro cooptador de “mulas” do tráfico que seria dono de uma casa de prostituição. Segundo o inquérito, se as garotas aliciadas não fizessem a viagem, como combinado, eram obrigadas a “pagar o prejuízo” por meio de programas.
Por meio das investigações, que tiveram início em setembro, os agentes colheram indícios de que o grupo é composto por pelo menos quatro suspeitos, um deles profissional da enfermagem que seria o responsável pela aplicação de medicamentos que auxiliam na manutenção das cápsulas contendo cocaína no estômago.
Entre janeiro e esta terça-feira, 29, a PF já prendeu em Guarulhos 161 mulas com droga em cápsula engolida. Esse número já supera em quase 300% o total do ano de 2023 (41 presos).
A PF informou que ao longo do ano já realizou mais de 10 operações contra grupos que atuam de forma semelhante e prendeu mais de 30 suspeitos.
Na Operação Toca Para Paris, os envolvidos já foram condenados a penas superiores a 9 anos de prisão.