Nos últimos dias, Guarulhos tem acompanhado atentamente o debate sobre o Plano de Pagamento Incentivado (PPI), projeto apresentado pelo prefeito Guti à Câmara Municipal. Esta é uma iniciativa crucial para fortalecer a saúde financeira do município, oferecendo uma oportunidade justa para que os contribuintes inadimplentes regularizem suas dívidas. Como representante do setor produtivo local, sinto-me na obrigação de defender publicamente a aprovação deste projeto ainda em 2024.
O PPI tem um objetivo claro: ampliar a arrecadação municipal sem aumentar tributos. Para empresários e cidadãos que enfrentaram anos difíceis, trata-se de uma chance para regularizar suas pendências e contribuir para o desenvolvimento sustentável de Guarulhos. A iniciativa promove uma relação mais harmoniosa entre o poder público e os contribuintes, reduzindo conflitos e fomentando a colaboração.
Entretanto, o que deveria ser um avanço administrativo tem se tornado um impasse político. Há vereadores que têm se posicionado pela postergação da aprovação, sugerindo que o projeto seja discutido apenas em 2025, quando ocorrerá a troca de gestão na Prefeitura. Embora respeite a legitimidade de diferentes opiniões, acredito que as necessidades da população e do setor produtivo não podem esperar.
Adiar a aprovação do PPI significa comprometer receitas que poderiam ser aplicadas imediatamente em áreas prioritárias. Além disso, empresas e cidadãos que desejam regularizar suas dívidas continuarão a enfrentar insegurança e dificuldades. O município também perde ao postergar a recuperação de valores importantes.
Como diretor titular do CIESP Guarulhos, represento uma classe empresarial que lida diariamente com os desafios de empreender em nosso país. Muitos empresários da nossa cidade enfrentam dívidas acumuladas, principalmente devido às dificuldades econômicas dos últimos anos. Para esses empresários, o PPI é mais do que uma medida financeira; é uma oportunidade de reorganizar suas operações e voltar a investir em Guarulhos. A cidade precisa dessas empresas, assim como elas necessitam de estabilidade e oportunidades para crescer.
Por isso, faço um apelo aos vereadores: é preciso pensar na coletividade. O papel de um representante público vai além das disputas políticas e de interesses pessoais. As decisões devem ser tomadas com responsabilidade, coragem e visão para o futuro, beneficiando a maioria da população, mesmo que isso contrarie interesses pontuais.
O projeto não pertence ao prefeito Guti, ao prefeito eleito Lucas Sanches ou a qualquer outra figura pública; ele pertence à cidade de Guarulhos e à sua população. O momento de agir é agora.
Maurício Colin
Diretor Titular do CIESP Guarulhos